Governo do presidente Jair Bolsonaro bateu
recorde de liberação de emendas parlamentares durante a pandemia. Somente em
abril, R$ 6,2 bilhões foram empenhados (quando a gestão se compromete com a
despesa) – trata-se do maior valor para um único mês desde 2016, ano em que o
monitoramento individual das emendas passou a ser possível.
O montante efetivamente pago também foi o maior
para um único mês ao longo dos últimos anos, R$ 4 bilhões. As emendas são
indicações feitas por deputados e senadores de como o governo deve gastar o
dinheiro do Orçamento. Os parlamentares costumam direcionar as verbas para seus
redutos eleitorais e, com isso, ganham a paternidade de obras e ações que
beneficiam diretamente seus eleitores, o que acaba contribuindo com suas
reeleições. O dinheiro vai para construções de praças, pontes, hospitais,
compra de equipamentos hospitalares, distribuição de cestas básicas, entre
outras ações.
Os dados são do Sistema Integrado de
Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) e foram compilados a pedido
do Estadão pela ONG Contas Abertas. O levantamento considera todos os tipos de
emendas: individuais, de bancada, de comissões e do relator. “É recorde
absoluto, de empenho e de pagamentos. Até então, o maior empenho tinha ocorrido
no final do ano passado. Em dezembro, foram R$ 3,9 bilhões”, afirmou o
secretário-geral da ONG Contas Abertas, o economista Gil Castello Branco.
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