segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Martelo sobre reforma ministerial deve ser batido com retorno de Lula ao Brasil

 


Alexandre Padilha afirmou que Lula já tem uma “decisão tomada” sobre as mudanças na Esplanada.

Negociada há meses por parlamentares do Centrão, o martelo em torno da reforma no comando de pastas da Esplanada dos Ministérios de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve, enfim, ser batido com o retorno do presidente da África do Sul, onde participou da 15ª Cúpula do Brics. Na ocasião, ele retoma a agenda política e a expectativa se volta sobre a esperada notícia da definição dos cargos que o Replicados e o PP devem ocupar em seu governo, leia-se Silvio Costa Filho e André Fufuca, respectivamente, nomes já sacramentados pelo presidente.

Em conversa com jornalistas na quinta-feira (24), conforme o Metrópoles, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que Lula já tem uma “decisão tomada” sobre as mudanças na Esplanada. De acordo com Padilha, as alterações devem contemplar partidos que votaram de forma favorável ao Marco Fiscal, aprovado na Câmara dos Deputados na última terça-feira (22), e de outras pautas econômicas da agenda de Lula.

“O tempo quem define é o presidente. Ele está na África, na reunião do Brics. No retorno, vamos definir com o presidente as conversas com as lideranças. O mais importante é que a decisão já foi tomada, decisão de reforçar o nosso time nesse segundo semestre, com bancadas parlamentares que já votaram a favor do Marco Fiscal, da reforma tributária, aumento do salário mínimo, redução do imposto de renda”, disse Padilha, na ocasião.

Em entrevista a um pool de rádios, Lula já havia sinalizado que as alterações têm objetivo de formar maioria no Congresso Nacional, onde a maior parte dos parlamentares tem perfil conservador — na Câmara, por exemplo, o PL de Jair Bolsonaro tem a bancada mais expressiva, com 99 deputados.

“As trocas de ministros não podem ser vistas como uma coisa absurda ou menor. É muito importante. Temos partidos muito importantes que querem participar do governo e fazer parte da base”, destacou Lula. As votações ocorreram com folga, uma semana após um encontro entre Lula e Lira na Residência Oficial do presidente da Câmara, às vésperas da viagem do petista para a África do Sul. No encontro, os dois acordaram os ajustes finais das alterações na Esplanada e, dias depois, líderes deram sinal verde para a apreciação dos projetos. O impasse encontra-se apenas na definição das cadeiras para Silvio Costa Filho e André Fufuca se acomodarão.

O PP persiste  na ideia de emplacar o ministério do Desenvolvimento Social, de Wellington Dias, mas a tese não agrada Lula, sob a justificativa de que a pasta tem “a cara do governo”, já que é responsável pelo Bolsa Família, um dos programas mais populares do petista. As demais alterações ainda não foram definidas, mas devem agradar partidos que votaram de forma favorável ao Marco Fiscal. O relatório do deputado Cláudio Cajado (PP-BA), responsável pelo parecer ao texto, foi apoiado por nomes do MDB, PP, União Brasil e PSD, além das siglas da base governista.

 

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