A Polícia Federal deflagrou na manhã da última
sexta-feira (9) uma operação contra uma organização suspeita de contrabando de
ouro da Venezuela para o Brasil, lavagem e envio de dinheiro para outro país
sem declarar à Receita Federal. São cumpridos 18 mandados, sendo quatro de
prisão preventiva, 11 busca e apreensão e três de sequestro de bens em Boa
Vista. A operação conta com 60 policiais. Um libanês é apontado pela PF como o
responsável pelo esquema.
Dois irmãos dele, que vivem na Venezuela, ajudam a coordenar o grupo. Outros integrantes são responsáveis pelo transporte de ouro e pelas movimentações financeiras. Uma imobiliária no Centro de Boa Vista e uma casa, localizada no Bairro dos Estados, zona Norte, foram alvos da operação. Na residência, houve uma prisão e foi encontrado R$ 320 mil em espécie. As investigações seguem em andamento.
Ainda de acordo com a PF, um dos suspeitos movimentou R$ 67 milhões no primeiro semestre de 2020. Empresas de fachada e laranjas são usados nas movimentações bancárias, além de saques de dinheiro em espécie. Entre março e fevereiro, foi enviado a Venezuela mais de R$ 10 milhões, entre dólares e reais. No mesmo período, o grupo recebeu mais de 50 kg de ouro, conforme o inquérito da investigação. Segundo a PF, o grupo usa compartimentos ocultos de veículos para receber o mineral da Venezuela.
Os envolvidos no esquema também são suspeitos de comprar ouro ilegal da Guiana. A fundição do metal seria realizada pelo próprio grupo em Santa Elena de Uairén, município venezuelano que faz fronteira com Pacaraima, município ao Norte de Roraima. A operação é chamada de Dhahab, em referência a “ouro” em árabe. Conforme a PF, o termo também era usado pelos investigados.
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