A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou
nesta terça-feira, 5, que custará US$ 5,25 (R$ 27,9) a importação de cada
unidade de um lote de 2 milhões de doses prontas da vacina desenvolvida pela
Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca. No total, o negócio será
de cerca de R$ 56 milhões. A vacina é fabricada pelo Instituto Serum, na Índia,
e deve chegar ao Brasil em meados de janeiro.
A importação das doses prontas é a principal aposta do governo Jair Bolsonaro para começar a campanha de vacinação em 20 de janeiro. A Fiocruz deve pedir nesta semana o aval para uso emergencial do produto. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estima que levará até 10 dias para concluir a análise deste pedido.
Além de importar 2 milhões de doses prontas, o governo pretende receber em janeiro ingrediente para fabricar, na Fiocruz, 210,4 milhões de unidades do mesmo imunizante em 2021. O laboratório brasileiro assinou um contrato de “encomenda tecnológica” com a AstraZeneca. As doses concluídas no Brasil devem ser entregues a partir de fevereiro. Em média, o governo pagará US$ 2,3 (R$ 12,25) pelo ingrediente necessário para fabricar cada unidade do imunizante.
O imunizante da Pfizer, cuja cumpra é negociada pelo governo federal, custa cerca de US$ 20 (R$ 106,52) por unidade. O valor entre a empresa e o ministério, porém, é desconhecido. A Pfizer já disse que deve ser menor, pois o Brasil participou da pesquisa clínica de desenvolvimento da vacina contra a covid-19. A vacina tem eficácia média de 95%, mas exige temperatura de armazenamento de -70 graus.
O governo investiu cerca de R$ 2 bilhões para firmar o contrato de encomenda tecnológica, comprar o ingrediente para fabricação das doses e equipar a Fiocruz. No plano nacional de imunização, o governo prevê aplicar doses desta vacina em cerca de 50 milhões de brasileiros de grupos prioritários ainda no primeiro semestre.
Responsável por coordenar o estudo clínico da vacina de Oxford no Brasil, a médica Lily Yin Weckx disse que a primeira dose da vacina já mostra eficácia de cerca de 70% contra a doença, mas em intervalo curto. "A gente ainda pode ficar com a média de eficácia de 70%. O estudo continua; teremos um ano de segmento para ver a persistência da proteção, dos anticorpos, de segurança, etc". Segundo Lily, "o que é importante é que temos uma vacina segura, eficaz e que pode fazer a diferença na pandemia. Esses número de 60%, 70%, 80% é de proteção contra a doença covid. Mas se considerarmos doenças graves e hospitalização, a vacina foi capaz de evitar quase 100%". (OESP)
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