Em reportagem, BBC mostra a rotina precária de
estrangeiras contratadas por milionários no país da Copa; há casos de
passaporte retido.
Longas jornadas diárias, folgas raras e até passaporte retido pelos patrões. Longe dos holofotes da Copa do Mundo, estes são alguns problemas enfrentados por empregadas domésticas de famílias milionárias no Catar, o país sede do mundial. Reportagem da BBC mostra a realidade de duas deles, identificadas com nome fictício.
No emprego há 18 meses, Gladys é filipina e tem cerca de 40 anos. Ela relatou que nunca tirou uma folga. A entrevista só foi possível à noite, quase no fim do dia. O trabalho começa às 8hs e prossegue até 23h, envolvendo limpeza, preparação da comida e cuidar das crianças.
“A senhora (a patroa) é louca”, descreve a trabalhadora. “Grita comigo todos os dias.” A filipina teve o passaporte confiscado pelos contratantes. A emprega vê situações piores. Ela conhece pessoas que nem manter o telefone pode. Além disso, o salário mensal de 1,5 mil rials (R$ 2 mil) é praticamente todo enviado à família.
Outro caso retratado na reportagem é de uma pessoa que trabalha para a família real. Althea, em vídeochamada, ressaltou que ganhou iphone, roupas, joias e sapatos que não teria acesso caso ficasse nas Filipinas. Ela também não tem dificuldades com alimentação. A rotina de trabalho, contundo, é intensa, começando às 6h30. Após o café da manhã, começa a fase da limpeza dos quartos até a preparação do almoço.
Althea não se queixa. “É um trabalho leve porque somos muitas”, avalia. No turno da tarde, conta, há descanso entre 15hs e às 18hs, quando começam as tarefas ligadas ao jantar. Mas a entrevistada não tira o dia de folga que nova legislação catari implantou. Para a família real, teria que deixar de receber para ter direito ao descanso. As empregadas domésticas do palácio devem ter entre 24 anos e 35 anos e só são recrutadas se forem consideradas bonitas.
Com informações do UOL.
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