Na manhã desta
sexta-feira, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Cidelândia
(SINDSEPUC) se transformou em sala de aula viva. A professora Lidiane Pereira
da Silva conduziu a turma 200 ETT matutino do CEIA – Centro de Ensino Isaura
Amorim a uma experiência única: conhecer de perto como as lutas trabalhistas
marcaram a história do município e como se conectam à trajetória do
sindicalismo mundial.
“Não basta ler nos livros. É preciso sentir na prática como a história acontece e como ela molda nossa realidade”, destacou a professora.
Histórias de luta e resistência
O presidente do sindicato, professor Israel Granjeiro, abriu a visita contando sua trajetória até chegar à presidência da instituição. Relembrou conquistas, desafios e a importância de manter a categoria unida diante dos ataques e perdas de direitos que vêm se intensificando nos últimos anos. “Seguimos firmes, inclusive lutando pelos servidores contratados, os mais prejudicados atualmente. A força da categoria sempre esteve na união e na vigilância permanente”, afirmou.
Uma aula que atravessa séculos
Em seguida, o professor Luis de Oliveira, que junto com o professor Vando, foi um dos idealizadores e fundadores do sindicato, conduziu uma oficina histórica. Os estudantes foram convidados a relembrar as condições que originaram os primeiros sindicatos na Revolução Industrial: longas jornadas de até 14 horas, salários miseráveis, ambientes insalubres e exploração cruel de mulheres e crianças.
Provocados a pensar em soluções para essa realidade, os alunos apontaram a organização sindical como resposta natural. “É exatamente esse espírito coletivo que deu origem ao nosso sindicato, em circunstâncias que lembram muito os desafios do passado”, reforçou Luis.
Linha do tempo da luta em Cidelândia
O professor traçou uma
linha histórica do movimento sindical no município:
•Fundação do Núcleo do
SINPROESEMMA;
•Criação do SINTEEC
(Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino de Cidelândia);
•Ampliação para o
atual SINDSEPUC.
Entre os episódios relembrados, destacou-se os movimentos de 2000 como a Manifestação do Caixão Preto em janeiro, a tentativa de ocupação da prefeitura, a GREVE DE FOME feita pelos professores Luis e Vando e pelos líderes populares Mônia Silveira e Willian Borba em março, a ocupação da prefeitura e interdição da BR – 010 em outubro e o afastamento definitivo do prefeito em novembro, culminado em importantes conquistas para os trabalhadores.
“Foi um tempo de muita dor e coragem, mas que mostrou que a luta coletiva sempre traz resultados”, afirmou.
Lições para o presente e o futuro
Ao final, o professor Luis deixou uma mensagem aos jovens:
“Cada trabalhador que entra no mercado precisa carregar consigo a consciência da luta de classes. Ela sempre foi e ainda é a principal arma para garantir dignidade.”
Para a professora Lidiane, a atividade alcançou seu objetivo: conectar a história local às grandes transformações mundiais. “Queria que meus alunos percebessem que a nossa história faz parte de algo muito maior. É preciso sair da sala de aula e enxergar como o passado e o presente dialogam na vida real.”
Um convite à educação viva
A experiência no SINDSEPUC mostrou que aula de História pode ser mais que teoria: pode ser inspiração, reflexão e ação. A visita deixou claro que Cidelândia não está isolada no tempo nem no espaço — suas lutas se entrelaçam com a trajetória do país e do mundo.
E o recado final foi lançado como convite: que outros professores e alunos tenham coragem de transformar o aprendizado em vivência, descobrindo nas ruas, nas instituições e nos movimentos sociais a história que continua a ser escrita todos os dias.
https://canal10brasil.blogspot.com/2025/10/do-quadro-vida-real-alunos-mergulham-na.html



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