quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

BC avalia que estímulo fiscal pode impactar mais inflação que atividade econômica

 


O Banco ainda alerta que o cenário fiscal pode afetar a taxa neutra de juros do país.

O Banco Central (BC) avalia, em ata do Comitê de Política Monetária (Copom) publicada nesta terça-feira (13) que o impacto sobre a inflação de “estímulos fiscais significativos” tende a ser maior que os efeitos almejados para a atividade econômica em um ambiente de ociosidade reduzida da economia. O comunicado ainda alerta que o cenário fiscal pode afetar a taxa neutra de juros do país. As informações são da Reuters.

Em meio às negociações do governo eleito para ampliar gastos públicos, o documento indica que o tema fiscal foi debatido “de forma extensa” na reunião da semana passada do Copom. “Em ambiente de hiato do produto reduzido, o impacto de estímulos fiscais significativos sobre a trajetória de inflação tende a se sobrepor aos impactos almejados sobre a atividade econômica”, ressaltou.

Segundo a ata, a existência de capacidade ociosa na economia e a confiança sobre a sustentabilidade da dívida são fatores determinantes para uma política fiscal expansionista atingir os impactos almejados sobre a atividade. “O Comitê julgou que há ainda muita incerteza sobre o cenário fiscal prospectivo e que o momento requer serenidade na avaliação de riscos. O Comitê reforça que seguirá acompanhando os desenvolvimentos futuros da política fiscal e seus potenciais impactos sobre a dinâmica da inflação prospectiva”, afirmou.

O BC decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano em reunião na semana passada, quando deu recados ao governo eleito ao dizer que há “elevada” incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país e ressaltou que acompanhará com atenção o quadro das contas públicas. A equipe de Lula na transição de governo está negociando com o Congresso a aprovação de uma PEC que poderá permitir uma ampliação de gastos superior a R$ 160 bilhões em 2023 e 2024 – o texto ainda está em tramitação e pode ser alterado. O objetivo é bancar o Bolsa Família ampliado, recompor despesas de ministérios e ampliar investimentos públicos.

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