segunda-feira, 30 de junho de 2025

CNH gratuita: veja quem tem direito ao benefício social sancionado por Lula

 


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou recentemente a lei que permite a possibilidade de tirar CNH (Carteira Nacional de Habilitação) de forma gratuita para parte da população. De acordo com a Lei n.º 15.153, de 26 de junho de 2025, que rege a questão, a política é destinada a candidatos que estejam inclusos no “Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico)”.

Conforme o site do governo federal, estão aptas a ter seu nome inserido no CadÚnico pessoas que façam parte de “famílias que vivem com renda mensal de até meio salário-mínimo por pessoa”. Além disso, “famílias com renda acima desse valor podem ser cadastradas para participar de programas ou serviços específicos”.

O salário mínimo atualmente tem o valor de R$ 1.518,00. Ou seja, meio salário mínimo seria o equivalente a R$ 759,00. Entre os programas que utilizam o CadÚnico estão:

 

– Bolsa Família

– Tarifa social de energia elétrica

– Isenção de taxas em concursos públicos

– ID Jovem

– Carteira do Idoso

– Minha Casa Minha Vida

Da onde vem o dinheiro para custear a CNH gratuita

O custeio dos processos de habilitação de condutores de baixa renda será pago com parte da receita arrecadada com a cobrança de multas de trânsito. As outras partes do valor, por lei, devem ser usadas em sinalização e engenharia de tráfego, engenharia de campo, policiamento, fiscalização, renovação da frota circulante e educação de trânsito. A isenção de custos para os candidatos deve englobar desde os exames médicos e psicotécnicos, passando pelas aulas teóricas e práticas, até a realização da prova e emissão da carteira.

Quando começa a valer a lei sobre CNH gratuita

A lei da CNH gratuita começa a vigorar no Brasil em 11 de agosto (45 dias após sua publicação). A expectativa é de que os Departamentos Estaduais de Trânsito (Detran) de cada Estado divulguem mais detalhes posteriormente.

 

6 em cada 10 estudantes estão inadimplentes com Fies

 


Seis em cada dez estudantes que contrataram o Fies estão inadimplentes, segundo dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O programa, que funciona como um empréstimo para custear mensalidades de faculdades particulares, acumula altos índices de não pagamento.

Em média, cada aluno devedor possui uma dívida de aproximadamente R$ 46 mil. Parte dos recursos utilizados pelo Fies vem diretamente do orçamento do Ministério da Educação, ou seja, são financiados com dinheiro público, proveniente de impostos pagos por toda a população.

Quando um estudante não consegue quitar o financiamento, a conta recai sobre o Tesouro Nacional, afetando todos os brasileiros. O dado acende um alerta sobre a sustentabilidade do programa e reforça a discussão sobre a necessidade de revisão nas políticas de financiamento estudantil no país.

sexta-feira, 27 de junho de 2025

VEREADOR ALLYSSON DO GINO SOLICITA AO PODER EXECUTIVO QUE REALIZE O SORTEIO DE QUIOSQUES DO PARQUE DE VAQUEJADA ENTRE OS COMERCIANTES LOCAIS

 


Transparência e oportunidade para todos!

Aprovamos na Câmara Municipal o Requerimento nº 050/2025, de minha autoria, solicitando que o Executivo realize o sorteio dos quiosques do Parque de Vaquejada entre os comerciantes locais. A ideia é garantir igualdade de oportunidades e valorização do nosso comércio, especialmente durante os grandes eventos da cidade. Seguimos trabalhando por uma São Francisco do Brejão mais justa e organizada para todos!

#AllyssonDoGino #MandatoPopular #CâmaraMunicipal #Vaquejada #ComércioLocal #SãoFranciscodoBrejão

Google se manifesta após STF apertar regulação das redes

 


O Google se manifestou sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) desta quinta-feira (26/6), de responsabilizar as redes sociais por conteúdo ilícito publicado por usuários, em caso da não remoção de material ofensivo, mesmo sem ordem judicial. A empresa manifestou preocupação com as mudanças que, segundo nota divulgada após a sessão, “podem impactar a liberdade de expressão e a economia digital”.

“Ao longo dos últimos meses, o Google vem manifestando suas preocupações sobre mudanças que podem impactar a liberdade de expressão e a economia digital. Estamos analisando a tese aprovada, em especial a ampliação dos casos de remoção mediante notificação (previstos no Artigo 21), e os impactos em nossos produtos. Continuamos abertos ao diálogo”, afirmou a empresa por meio de uma nota distribuída para a imprensa.

Embora o STF tenha estabelecido a responsabilização das redes sociais em relação aos conteúdos ilícitos, ficou mantida a necessidade de decisão da Justiça quando se tratar de crime contra a honra. Este ponto foi previsto no voto do ministro Luís Roberto Barroso.

O placar do STF para determinar a responsabilização das redes sociais em relação aos conteúdos ilícitos foi de 8 votos a 3. A questão da responsabilização sobre conteúdos nas redes sociais foi discutida no âmbito do artigo 19 do Marco Civil da Internet. A decisão do STF abordou o ponto que limita a responsabilidade dos provedores de aplicações de internet por conteúdo de terceiros, além do que exige ordem judicial para remoção do conteúdo, com especificação do que deve ser removido.

Repercussão

A decisão do STF tem repercussão geral. Isto implica que ela será aplicada para outros casos similares que venham a ser deliberados pelo Judiciário brasileiro. “O Tribunal não está legislando. “O (STF) está decidindo dois casos concretos que surgiram. Está decidindo critérios até que o Legislativo defina critérios sobre essa questão”, disse o presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso.

Metrópoles

BC tem diversos caminhos para cumprir meta inflacionária, diz Galípolo

 


O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, disse que a autoridade monetária trabalha não com um, mas com os mais diversos caminhos possíveis para o cumprimento da meta inflacionária de 3% ao ano. A afirmação foi feita em meio a questionamentos sobre fatores que poderiam influenciar, em maior ou menor grau, as decisões a serem adotadas pelo BC.

Galípolo detalhou, com sua equipe, os dados que foram apresentados nesta quinta-feira (26) no Relatório de Política Monetária (RPM) divulgado pelo BC. O relatório do BC prevê alta de 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) e queda da inflação em 2025.

A taxa básica de juros (Selic) é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor. “Existem vários caminhos para a gente conseguir atingir o centro da meta, com a qual somos absolutamente comprometidos”, disse o presidente do BC, ao se referir aos ajustes restritivos na política monetária feitos nos últimos meses.

“Quando a gente faz as projeções, está incorporando ali alguns dados que pegou, inclusive do boletim Focus, como a curva de juros [entre outros fatores]”, afirmou Galípolo, enfatizando que projeções não são necessariamente caminhos a serem seguidos.

“Na ata, a gente apresenta os efeitos que ainda estão por vir, ou não foram sentidos ainda. É uma questão muito mais factual. Temos sido bastante agnósticos e transparentes sobre o que conseguimos prever, olhar, enxergar e esperar”, complementou.

Perguntado sobre como avalia a derrubada do decreto presidencial que previa aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), ele disse que a ampliação do congelamento de gastos é algo que poderia evitar impactos na taxa de juros neutra – variável que indica qual percentual de juro nem estimularia, nem frearia a economia, considerada para a definição da taxa real de juros.

O Relatório de Política Monetária (RPM) divulgado mais cedo pelo BC contém as diretrizes das políticas adotadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom), além de apresentar uma avaliação da evolução recente e das perspectivas da economia.

No documento, o Banco Central revisou para cima as expectativas de crescimento do PIB, de 1,9% para 2,1%, neste ano, e para baixo as projeções de inflação, que cairia de 5,1% para 4,9%. O PIB, apesar da previsão de crescimento, permanece, segundo a autoridade monetária, com uma “perspectiva de desaceleração da atividade ao longo do ano”.

Fonte: Agência Brasil

quinta-feira, 26 de junho de 2025

Governo anuncia aumento do etanol na gasolina para 30%

 


O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou, nesta quarta-feira (25), o aumento da mistura obrigatória de etanol na gasolina, que passará de 27% para 30%. Foi autorizado também a elevação do valor no biodiesel no diesel, dos atuais 14% para 15%. Os novos percentuais entram em vigor a partir de 1º de agosto. A reunião do conselho teve a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro Alexandre Silveira.

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, com a nova mistura de 30% de etanol na gasolina, o Brasil voltará a ser autossuficiente em gasolina após 15 anos. Estima-se que o preço do combustível pode cair até 20 centavos nos postos. A expectativa do governo federal é investimentos na ordem de mais de R$ 10 bilhões e geração de 50 mil postos de trabalho com a mudança.

“A implementação do E30 [etanol] e do B15 [biodiesel] reduz a dependência brasileira em combustíveis fósseis, diminuindo a necessidade de importações, principalmente, em um momento de incertezas no mercado global. As medidas também ampliam o uso de combustíveis renováveis produzidos no Brasil, fortalecendo a produção nacional e contribuindo, ainda, para a redução de emissões e o desenvolvimento econômico do país”, diz nota divulgada pelo ministério.

Testes feitos pelo Instituto Mauá de Tecnologia apontam que o E30 é seguro e pode ser adotado imediatamente sem causar danos aos veículos e consumidores. A Frente Parlamentar do Biodiesel (FPBio) celebrou a medida, argumentando que preserva o Brasil diante dos choques do cenário externo, regula preços de alimentos e possibilitará investimentos de R$ 200 bilhões no setor.

Com informações do Ministério de Minas e Energia

Fonte: Agência Brasil

Senado segue Câmara e também derruba decreto do IOF



Cerca de duas horas após ter sido derrubado em votação na Câmara dos Deputados, o decreto do governo federal que aumentava alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) também foi rejeitado em votação simbólica no plenário do Senado Federal, que aprovou um projeto de decreto legislativo (PDL) revogatório da medida até então em vigor. 

As duas votações representam uma derrota política para o governo, que agora precisará definir outras formas de arrecadar ou economizar R$ 20,5 bilhões para cumprir a meta fiscal do orçamento de 2025. Isso porque o governo já bloqueou ou contingenciou outros R$ 31,3 bilhões em despesas deste ano.  A votação foi conduzida pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que pautou o decreto logo após a decisão dos deputados.

Segundo o líder do governo no Senado, Jacques Wagner (PT-BA), o decreto editado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia sido fruto de um acordo político envolvendo os líderes do governo com os presidentes da Câmara e do Senado, e já esvaziava o alcance de uma medida anterior que havia sido revogada pelo próprio governo para atender exigência dos parlamentares. “Essa Casa vive de cumprir acordos. Foi feito um acordo que está sendo descumprido. Eu não acho isso bom para o Parlamento”, criticou Jacques Wagner.

No Senado, todos os nove senadores do PT registraram voto contrário à derrubada do decreto. O senador Weverton Rocha (PDT-MA) também manifestou voto contrário.  A decisão de pautar a derrubada do decreto do IOF foi anunciada mais cedo pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em postagem as redes sociais. Segundo ele, a maioria da Câmara não concorda com elevação de alíquotas do IOF como saída para cumprir o arcabouço fiscal e tem cobrado o corte de despesas primárias.

 

Já o governo alega que a medida é necessária para evitar mais cortes em políticas sociais e maiores contingenciamentos que podem afetar o funcionamento da máquina pública. Além disso, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, as regras do decreto corrigiam injustiças tributárias de setores que não pagam imposto sobre a renda.

Entre as medidas propostas no decreto, estavam o aumento na taxação das apostas eletrônicas, as chamadas bets, de 12% para 18%; das fintechs, de 9% para 15% a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), igualando-se aos bancos tradicionais; a taxação das Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), títulos que atualmente são isentos de Imposto de Renda. O decreto fazia parte de medidas elaboradas pelo Ministério da Fazenda, juntamente com uma Medida Provisória (MP) para reforçar as receitas do governo e atender às metas do arcabouço fiscal.

“O decreto do presidente da República visa fazer justiça tributária. Por mais que se fale, todos nós sabemos que muitos enviam, às vezes, dinheiro para o exterior, ou gastam dinheiro no exterior, fugindo do pagamento do IOF. E a ideia do governo era evitar essas fugas”, argumentou Jacques Wagner, líder do governo, durante a discussão da matéria no plenário do Senado.

Já o relator do PDL em plenário, senador Izalci Lucas (PL-DF), leu um parecer contrário ao aumento no IOF. Segundo o parlamentar, a medida afetaria micro e pequenas empresas, operações de câmbio, atividades de seguradoras e entidades de previdência complementar. Além disso, ele afirmou que a medida fere os princípios da legalidade tributária e da segurança jurídica.

“Por sua natureza constitucional, o IOF deve ser utilizado com finalidade regulatória e não como instrumento de arrecadação primária”, observou.“O aumento do IOF sobre operações de crédito eleva sensivelmente o custo do capital para as empresas, especialmente as de menor porte, afetando também consumidores que dependem de crédito pessoal e imobiliário”, acrescentou.

Fonte: Agência Brasil


terça-feira, 24 de junho de 2025

Em sessão pelo Dia do Policial Civil, categoria pede mudanças na previdência

 


O Plenário do Senado prestou homenagem ao Dia do Policial Civil nesta segunda-feira (23), em sessão especial. A data é comemorada anualmente no dia 21 de abril. Representantes da categoria defenderam condições mais favoráveis junto à Previdência Social e fortalecimento de ações de saúde mental para os policiais.

A senadora Leila Barros (PDT-DF), responsável pelo requerimento da sessão (RQS 352/2025), presidiu o evento. Ela falou de seu trabalho pela valorização da profissão, destacando o reajuste de 30% garantido aos policiais e bombeiros do Distrito Federal com recursos do Fundo Constitucional do Distrito Federal. Para a senadora, a atuação da Polícia Civil do DF (PCDF) serve de exemplo para outros órgãos do setor.

— Em apenas 65 anos, Brasília cresceu a ponto de se tornar a terceira maior cidade do país. Em vez de ter se tornado um caldeirão de violência, como acontece em outras metrópoles, é a segunda capital mais segura do país e a primeira em qualidade de vida. Não há a menor dúvida de que essa condição privilegiada é resultado do trabalho exemplar das nossas forças de segurança, em destaque a nossa PCDF. A PCDF é padrão ouro internacionalmente — disse.

O delegado-geral adjunto da PCDF, Saulo Ribeiro Lopes, afirmou que o Distrito Federal não possui uma presença estruturada do crime organizado como em outros grandes centros urbanos em razão da “repressão qualificada” realizada pelos órgãos de segurança. Ele ressaltou que, no ano de 2024, a corporação fez 631 operações, efetuou mais de 7.400 prisões e emitiu mais de 86 mil laudos periciais.

— Temos a maior média de elucidação de crimes violentos letais intencionais do país. Mais do que números e estatísticas, as histórias humanas devem ser reconhecidas. Há inúmeros relatos de policiais civis que, com muito sacrifício, conseguiram resolver casos que pareciam sem solução. Esses feitos não ocorrem por acaso, mas são resultado da dedicação, do empenho, da capacitação, do trabalho árduo e do comprometimento de cada um dos senhores.

Previdência

O diretor de Assuntos Parlamentares da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), Alex Galvão, defendeu o fortalecimento dos direitos previdenciários para policiais. Em sua avaliação, regras diferentes para a concessão de pensão à família, aplicadas a situações semelhantes, causam insegurança.

— A única forma de o cônjuge ter uma pensão integral e vitalícia é se o policial civil morrer em razão de um ferimento. Se [o policial] está dirigindo uma viatura e a capota, [o cônjuge] não vai ter uma pensão completa. O profissional precisa ter garantias de que, se alguma coisa acontecer, suas famílias não serão prejudicadas.

Outra reivindicação é a mudança nas regras de aposentadoria, levando em conta a natureza da atividade policial. Segundo Alex, a introdução de uma idade mínima para aposentadoria na última reforma da previdência, em 2019 (Emenda Constitucional 103), prejudicou os policiais.

— Nós lutamos para ter um previdência que não considere a idade, porque, com o tempo que [o policial] coloca à disposição na atividade-fim, não tem como exigir uma idade mínima nesse sentido.

A presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Distrito Federal (Sindepo/DF), Cláudia Alcântara, apresentou o caso real de um policial do Distrito Federal, cuja remuneração bruta era de R$ 14 mil, que faleceu em um acidente de trânsito. A esposa e filha do servidor passaram a receber, juntas, R$ 3.200 em pensão.

Segundo Cláudia, a reforma da previdência foi “extremamente cruel” para os policiais. Para contornar a situação, ela apoiou a aprovação de uma proposta de emenda à Constituição que, entre outros dispositivos, elimina a idade mínima de aposentadoria para a categoria (PEC 24/2024, ainda na Câmara dos Deputados). A PEC tem como primeira signatária a deputada Antônia Lúcia (Republicanos-AC), mas, segundo Cláudia, o texto foi apresentado por entidades de policiais.

A presidente do Sindepo/DF afirmou também que a valorização do policial vai além da remuneração.

— Nós temos uma missão de entrar em lugares em que ninguém entra, enfrentar o crime sem poder correr, lutar com a face mais dura da realidade da nossa sociedade. Quem cuida da sociedade precisa ser cuidado. Quem protege vidas precisa da sua própria vida protegida. Não estamos falando apenas de salário, estamos falando de saúde mental, de dignidade.

Paridade salarial

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) elogiou a articulação de Leila na busca pelo reajuste salarial. Para a senadora, a valorização da categoria é uma busca constante e necessária.

— Não tem garantias de direitos humanos sem a Polícia Civil. Não tem segurança pública sem a Polícia Civil. Precisamos estar com o tema o tempo todo na mesa na busca de valorização, melhores condições de trabalho, equipamentos, e nunca baixar a guarda quando o tema é proteger quem nos protege.

Presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol), Enoque Venancio de Freitas afirmou que a principal demanda é a igualdade salarial com relação aos policiais federais. Segundo Enoque, a expectativa era que a equiparação já fosse iniciada em setembro. No entanto, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos ainda analisa a proposta, que será encaminhada pela Presidência da República ao Congresso Nacional.

— Esse reajuste era para ontem. Está previsto pelo governo do Distrito Federal para setembro. Tenho certeza que teremos condições e tempo para esse projeto ser aprovado. O presidente Lula, sempre durante os seus governos, manteve essa paridade — disse Enoque. Em regra, a remuneração básica de um agente da PCDF no fim da carreira é de R$ 14.851,63. Já um agente da polícia federal chega a ganhar R$ 21.987,38.

Polícia Civil

No Brasil, a função de polícia judiciária é das Polícias Civis, no estados, e da Polícia Federa, na União. As Polícias Civis são responsáveis por investigar crimes ou contravenções e entregar seus resultados para o sistema de justiça — diferentemente das Polícias Militares, que realizam o policiamento ostensivo.

Fonte: Agência Senado

PF fiscalizará atividades de CACs a partir do dia 1º de julho



A Polícia Federal (PF), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), assumirá, a partir de 1º de julho, a responsabilidade pelo registro das licenças, controle e fiscalização das atividades de colecionadores, atiradores desportivos e caçadores (CACs). Atualmente, os CACs estão sob responsabilidade do Comando do Exército.

Entre as atribuições que passarão à Polícia Federal estão:

Registro de pessoas físicas e jurídicas para o exercício das atividades de colecionamento, tiro desportivo e caça excepcional;

autorização para compra e transferência de armas;

fiscalização das atividades exercidas por Cacs;

concessão de guias de tráfego;

fiscalização e controle do comércio varejista de armas para pessoa física.

 

Até o mês passado, 600 servidores da PF já foram qualificados para assumir as atividades que ainda são coordenadas no âmbito militar. Ao todo, serão criadas 123 delegacias de controle de armas nas capitais das 27 unidades da federação e em 96 Núcleos de Controle de Armas em delegacias federais no interior do país.

Democratização de dados

A Polícia Federal (PF) anunciou, nesta segunda-feira (23), que está desenvolvendo um painel de Business Intelligence (BI) para trazer mais transparência aos dados estatísticos de processos relacionados a Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores (CACs). O objetivo é centralizar informações sobre as atividades relativas aos CACs. A nova ferramenta deverá apresentar de forma clara e acessível dados sobre registros, tipos de armas mais comuns, quantidade de armas, número de vistorias realizadas, autuações e apreensões, entre outros.

Relembre

A substituição do Exército Brasileiro pela Polícia Federal já havia sido determinada no Decreto nº 11.615, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em julho de 2023. O decreto regulamentou o Estatuto do Desarmamento e estabeleceu que as atribuições de autorização, registro e fiscalização de armas de CACs deveriam passar do Exército para a Polícia Federal.

A legislação também estabeleceu as regras para aquisição, registro, posse, porte, cadastro e à comercialização nacional de armas de fogo, munições e acessórios. A lei ainda detalha as normas para as atividades de caça, de tiro desportivo e de colecionamento de armas de fogo, munições e acessórios. Por fim, trata do funcionamento das entidades de tiro desportivo e da estruturação do Sistema Nacional de Armas (Sinarm).

A transição progressiva de competências dos registros de CACs do Comando do Exército para a Polícia Federal foi estabelecida em Acordo de Cooperação Técnica (ACT), publicado em 19 de setembro de 2023. À época, o documento foi assinado pelo então ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Flávio Dino, e pelo ministro da Defesa, José Múcio.

O primeiro termo aditivo a esse acordo, publicado no Diário Oficial da União em 27 de dezembro, e assinado pelos ministros da Justiça, Ricardo Lewandowski, e da Defesa, José Múcio Monteiro, definiu a data de 1º de julho de 2025 para o início da fiscalização pela Polícia Federal. Em maio, o Ministério da Justiça destinou R$ 20 milhões para a Polícia Federal assumir a fiscalização de colecionadores, atiradores esportivos e caçadores (CACs).


segunda-feira, 23 de junho de 2025

Justiça nega pedido do MP pelo afastamento da prefeita Edinalva Brandão de São Francisco do Brejão

 



Na manhã de hoje (23), a Juíza Selecina Henrique Locatelli decidiu pela permanência de Edinalva Brandão (PP) no cargo de prefeita de São Francisco do Brejão.  A Vara da  Fazenda Pública da Comarca de Açailândia indeferiu, na manhã desta segunda-feira (23/06), o pedido liminar de afastamento da prefeita EDINALVA BRANDÃO GONÇALVES (PP) de suas funções públicas, proposto pelo Ministério Público do Estado do Maranhão (MPMA).

No mês passado, o promotor Denys Lima Rêgo, da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Açailândia, ingressou com uma ação contra a gestora por improbidade administrativa cumulada com pedido liminar de afastamento cautelar da chefe do Executivo. O promotor solicitou na petição o afastamento cautelar da prefeita pelo prazo de 180 dias.

Ao saber da decisão da Juíza, a Prefeita Edinalva Brandão ponderou e disse crê na justiça de DEUS e dos homens, pois têm dedicado todo seu governo para a resolução de inúmeros problemas que o município enfrenta para continuar avançando com muito trabalho em favor da população brejãoense.

Senado pode votar projeto que libera cassinos e jogos antes do recesso

 


O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), intensificou as articulações para colocar em votação, ainda antes do recesso parlamentar, o projeto (PL 2.234/2022) que legaliza os chamados jogos de azar no Brasil, incluindo bingos, cassinos e o jogo do bicho. A expectativa de aliados do senador é que a análise em plenário ocorra até 18 de julho, quando os parlamentares entram em recesso.

Alcolumbre tem conversado com líderes nas últimas semanas em busca de um acordo que viabilize a votação. No entanto, a negociação ainda não está fechada. O projeto enfrenta resistência de partidos da oposição, como o PL, e de integrantes da bancada evangélica, tradicionalmente contrária à legalização dos jogos.

Mesmo assim, Alcolumbre tem demonstrado disposição para levar o texto ao plenário nas próximas semanas. A proposta está parada há mais de um ano, desde sua aprovação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, em junho de 2024, ocasião em que o próprio Alcolumbre, então presidente da comissão, atuou diretamente para destravar o projeto.

Senado dividido

O placar da votação na CCJ evidenciou a divisão que o tema provoca na Casa. O texto avançou com o apoio de 14 senadores e o voto contrário de 12. Uma sinalização de que o governo pode apoiar a proposta é que todos os senadores do PT votaram favoravelmente ao projeto, incluindo o atual líder do partido, Rogério Carvalho (SE), e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).

Embora ressalte que não é defensor da legalização dos jogos, o presidente Lula já afirmou que sancionará a lei caso o projeto seja aprovado pelo Congresso. “Não sou favorável a jogo, mas também não acho crime. Se o Congresso aprovar, se houver um acordo entre os partidos políticos e for aprovado, não tem por que não sancionar”, disse, em entrevista à Rádio Meio, do Piauí, em junho do ano passado.

Relator defende aprovação

O relator do projeto, senador Irajá (PSD-TO), considera que a sociedade brasileira está madura para a legalização dos jogos. Para ele, a proposta representa uma oportunidade de desenvolvimento, e não uma ameaça.

“A atual proibição não funciona, pois 70% dos brasileiros e brasileiras acreditam que ela não reduz a oferta de jogos ilegais no país. Apenas 25% ainda acham que a lei consegue conter a prática criminosa do jogo clandestino, dominado pelo crime organizado”, declarou.

Na avaliação dele, o Brasil precisa de um novo marco “moderno e responsável”, baseado em experiências internacionais bem-sucedidas, capaz de impulsionar o turismo, atrair investimentos e gerar empregos. O senador ressalvou, porém, que a futura norma deverá combater a lavagem de dinheiro e o financiamento do crime organizado, além de prevenir o endividamento dos jogadores.

“Regulamentar é garantir fiscalização e proteção à nossa sociedade, e os brasileiros apoiam exatamente isso”, discursou Irajá no plenário em dezembro do ano passado, quando o tema chegou a ser discutido, mas não houve acordo para a votação. Na ocasião, os defensores da legalização concluíram que poderiam perder no voto.

Os críticos

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) é um dos principais críticos da proposta. “É uma obsessão. A aprovação será uma tragédia sem precedentes”, disse o parlamentar ao Congresso em Foco.

Para Girão, é inconcebível que o Senado aprove a legalização dos jogos em meio aos problemas provocados pelas chamadas bets, tema de uma CPI encerrada na semana passada sem a apresentação de relatório. “Pesquisas indicam que as bets pegam pessoas até 49 anos. A partir daí, é bingo, é cassino. É uma covardia, vai virar o país da jogatina”, afirmou.

O que diz o projeto

O Projeto de Lei 2.234/2022 regulamenta a exploração de diversas modalidades de jogos de azar em todo o país, entre elas:

Cassinos em resorts integrados: só poderão funcionar dentro de complexos turísticos com hotéis, restaurantes e espaços de lazer. Também haverá possibilidade de cassinos flutuantes, em embarcações marítimas ou fluviais.

Número limitado de cassinos: cada estado poderá ter apenas um cassino, com exceção de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas e Bahia, que poderão ter até três, em função de sua extensão territorial.

Exigência de capital mínimo: as operadoras de cassinos deverão comprovar capital social de pelo menos R$ 100 milhões.

Bingos permanentes: a proposta permite a exploração permanente do bingo, mas apenas em casas de bingo ou em estádios de futebol. Bingos eventuais continuarão restritos a eventos filantrópicos.

Jogo do bicho: a regulamentação da atividade dependerá de outorga específica do governo.

Regras de pagamento: estão proibidos pagamentos em dinheiro vivo ou via Pix. Somente cartões de crédito poderão ser usados.


Apoios e interesses

Parlamentares favoráveis ao texto defendem que a legalização pode gerar até R$ 20 bilhões por ano em arrecadação de impostos e criar cerca de 1 milhão de empregos diretos e indiretos. Uma pesquisa realizada pelo Senado, com cinco mil entrevistados, apontou que não há resistência significativa da população à legalização dos jogos.

O relator, senador Irajá Abreu, argumenta que o projeto cria um ambiente de controle e segurança, com exigências rígidas de compliance e fiscalização. Ele também destaca que o projeto diferencia os jogos físicos das apostas online, como as “bets”, que já têm regulamentação própria. “O projeto cria um modelo seguro, controlado e com rígidas exigências, capaz de atrair investimentos, gerar empregos e fortalecer o turismo nacional”, afirma.

Se o projeto for aprovado pelo Senado sem alterações em relação ao texto que veio da Câmara, seguirá diretamente para a sanção ou veto do presidente Lula. Caso haja modificações, a proposta retornará para nova análise dos deputados.

 

Tentativas frustradas

Cassinos, bingos e jogos de azar foram proibidos no Brasil em 1946, por meio do Decreto-Lei nº 9.215, assinado pelo então presidente Eurico Gaspar Dutra. A justificativa era proteger a moral e a saúde pública. Desde então, a exploração dessas atividades é considerada contravenção penal. A única exceção tem sido o jogo do bicho, que, apesar de ilegal, segue amplamente disseminado de forma clandestina.

Na década de 1990, houve uma abertura pontual com a aprovação da chamada Lei Zico (Lei nº 8.672/93), que permitiu a exploração comercial dos bingos para financiar entidades esportivas. Essa permissão foi mantida pela Lei Pelé (Lei nº 9.615/98). No entanto, em 2004, após um escândalo envolvendo casas de bingo, o presidente Lula editou uma medida provisória que voltou a proibir a exploração comercial dos bingos e dos caça-níqueis em todo o território nacional.

Entenda: disputa em torno do IOF define quem paga por ajuste fiscal

 


O Executivo e o Legislativo travam disputa, que tem girado em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), para definir de onde sairá o dinheiro – em outras palavras, quem pagará a conta ─ para cobrir os R$ 20,5 bilhões necessários para cumprir a meta fiscal do orçamento de 2025. Isso porque o governo já bloqueou ou contingenciou R$ 31,3 bilhões em despesas deste ano.    Analistas consultadas pela Agência Brasil avaliam que o governo tem encontrado resistência do Parlamento para aprovar alternativas que evitem cortes ainda maiores dos gastos primários, que costumam afetar a população mais pobre, que é quem mais precisa dos serviços públicos.

O Congresso – e setores do empresariado ─ tem resistido a medidas que aumentem a carga tributária e defende que o Executivo amplie os cortes das despesas primárias. Os gastos primários são as despesas com serviços públicos, como saúde, educação. Nesse cálculo, não entram os gastos com juros e a dívida pública.   A professora de economia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Juliane Furno, afirma que várias medidas classificadas como aumento de impostos são, na verdade, de cortes de despesas tributárias.

“O Ministério da Fazenda está propondo diversas medidas de corte de gastos. Quando o governo propõe taxar as LCI e as LCA, ele está cortando gastos, porque, para serem isentas, o governo que cobre o valor. Ou seja, o Congresso não quer cortar qualquer gasto, como gastos tributários, quando inseridos nas isenções fiscais e tributárias”, destacou à Agência Brasil. O governo propôs taxar em 5% os títulos das Letras de Crédito Imobiliárias (LCI) e do Agronegócio (LCA), que hoje são isentos. Porém, a medida foi duramente criticada pela bancada ruralista, que controla boa parte da Câmara e do Senado. A Frente Agropecuária afirma que isso vai encarecer o crédito rural.

A economista Juliane Furno acrescentou que esses gastos tributários beneficiam, em geral, grandes empresas que se utilizam de subsídios creditícios ou de isenção fiscal. Por isso, o setor empresarial tem exigido mais corte de despesas primárias. “Tudo isso ─ subsídios creditício, subsídio tributário e isenção fiscal ─ entra no resultado primário do governo como ‘gasto’, e esse gasto eles não querem rever. Só querem cortar na carne dos gastos vinculados aos mais pobres”, completou Furno.

A assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Cleo Manhas, destacou que a ampliação dos cortes de gastos primários, exigida como alternativa às medidas de aumento de receitas, vai prejudicar a população que mais usa as políticas sociais.  “O que há por trás disso é uma captura do orçamento por parte dos mais privilegiados, ampliando as desigualdades já abissais no Brasil. Com relação aos congressistas, que insistem que o único caminho é o corte de gastos primários, porque não cortam das emendas parlamentares que já ocupam cerca de 25% das despesas discricionárias? Ou dos supersalários?”, questionou Manhas.

A medida para elevar alíquotas do IOF, sugerida pelo governo, foi duramente criticada pelas principais lideranças do Congresso, pelo mercado financeiro e por setores empresarias. Eles argumentam que a mudança encarece o crédito das empresas, o que teria impacto negativo para toda população. Em entrevista ao podcast do cantor e compositor Mano Brown, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o reajuste do IOF como forma de compensar o ajuste do orçamento.

“Toda vez que a gente vai ultrapassar o arcabouço fiscal, a gente tem que cortar no orçamento. O IOF é um pouco para fazer esta compensação. Estamos pegando os setores que ganham muito dinheiro e pagam muito pouco e também não querem pagar. Então, essa briga nós temos que fazer”, disse Lula. O governo já recuou, em parte, da medida do IOF. Inicialmente, o decreto previa arrecadar cerca de R$ 20 bilhões. Após negociações, foi editada nova norma com impacto fiscal de R$ 10,5 bilhões. Porém, ainda assim, a Câmara aprovou urgência de projeto para sustar a mudança ligada ao IOF.

A assessora do Inesc, Cleo Manhas, argumentou à Agência Brasil que a mudança no IOF teria pouco efeito sobre o valor do crédito, que vem sendo encarecido pelas sucessivas altas da taxa Selic definidas pelo Banco Central (BC). “O que onera de fato o crédito é a taxa Selic proibitiva que temos. Esses setores pensam apenas nos próprios interesses e tentam envolver toda a sociedade como se fossem afetados igualmente”, disse.

Segundo a especialista, a taxa Selic, hoje em 15% ao ano, atinge mais o pequeno comerciante, ou os microempreendedores, que perdem a possiblidade de acessar crédito. “Para os grandes, como o agronegócio, há juros subsidiados do Plano Safra. A taxa Selic ainda incide sobre os juros, ampliando o valor da nossa dívida. E não estamos com inflação desenfreada ou fora de controle”, analisou Manhas.

Em vez de elevar a taxação de títulos como LCA ou do IOF, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem sustentado que o governo deve apresentar medidas “estruturais” para reduzir os gastos primários.  Entre as sugestões que vem sendo discutidas, está a desvinculação dos pisos da saúde e educação do mínimo constitucional, o que poderia reduzir as despesas com essas políticas sociais. Outras sugestões são a de desvincular o reajuste da aposentadoria do aumento real do salário mínimo, ou mesmo acabar com o reajuste do salário mínimo acima da inflação. 

A especialista em orçamento, Cleo Manhas, lembra que os recursos atuais para saúde e educação não são suficientes para as necessidades do povo brasileiro.  “Ainda não é possível ampliar a educação em tempo integral, ou mesmo melhorar a qualidade da alimentação escolar. Se quisessem de fato manter o tal equilíbrio fiscal, proporiam cortar subsídios e renúncias fiscais que reduzem a possibilidade de arrecadação. Ou não teriam ampliado o prazo de desoneração da folha de pagamento e do Perse [Programa de incentivos ao setor de Eventos] sem indicar qualquer compensação que não seja o corte de gastos”, destacou a assessora do Inesc.

Em 2024, o Congresso Nacional derrubou veto do Executivo e manteve a desoneração da folha de pagamento, que é redução de impostos, de 17 setores da economia. O gasto tributário com a medida mantida foi estimado em R$ 18 bilhões apenas no ano passado.  Outra proposta em debate entre Congresso e Executivo é a redução linear de isenções fiscais. O governo calcula que gasta, por ano, cerca de R$ 800 bilhões por ano com isenções tributárias para os mais diversos setores. Porém, tal projeto ainda não foi apresentado.

Após dar ultimato de 10 dias para que o governo apresentasse alternativas ao aumento do IOF, o presidente da Câmara, Hugo Motta, chegou a afirmar que o governo não teria feito qualquer esforço para reduzir as despesas primárias. “Há dois anos e cinco meses, todas as medidas que aqui chegaram, visaram o aumento da arrecadação. Não chegaram medidas revendo despesas. E é isso que o Congresso tem cobrado”, disse Motta.

Porém, só com o pacote de corte de gastos do ano passado que, entre outras medidas, reduziu o aumento real do salário mínimo, a União deve reduzir as despesas em R$ 327 bilhões em cinco anos. Já neste ano, houve o bloqueio de R$ 31,3 bilhões do orçamento, o que desmente a alegação que não foi feito corte de gastos.

Após intensas negociações, o governo reviu a decisão inicial, do final de maio, que previa o reajuste do IOF, entre outras medidas. A nova sugestão do Executivo veio por meio de nova medida provisória (MP), com mais corte de gastos, na casa dos R$ 4,2 bilhões, com impacto sobre a educação e seguro defeso dos pescadores. Além disso, as novas medidas preveem aumento de receitas na casa dos R$ 10,5 bilhões, mantendo cerca de 20% do aumento anterior previsto para o IOF. 

Entre as medidas, está ainda a ampliação da taxação das bets, que são as empresas de apostas on-line, das Fintechs (bancos baseados em tecnologia digital), além de padronização das alíquotas de títulos de investimentos em 17,5%. Atualmente, títulos com vencimento acima de 2 anos pagam 15% de Imposto de Renda (IR) sobre o rendimento.  A obrigação do governo de cortar gastos ou aumentar receitas é fruto da Lei do Arcabouço Fiscal, aprovada no início do governo Lula, e que limita as despesas da União. A lei foi aprovada em substituição ao antigo teto de gastos, aprovado no governo Michel Temer, que tinha regras ainda mais rígidas para as despesas da União.

A assessora do Inesc, Cleo Manhas, avalia que políticas fiscais muito restritivas não são sustentáveis e, por isso, há forte pressão para cortes de gastos em saúde e educação, a exemplo da proposta de desvincular os pisos dessas áreas fixados pela Constituição. “Com dois anos de existência do arcabouço, já estamos vendo a redução drástica do orçamento para políticas sociais. O caminho escolhido sempre recai sobre aqueles e aquelas sub-representados no Congresso Nacional, como mulheres, negros, indígenas, quilombolas e população ribeirinha”, concluiu.

Fonte: Agência Brasil

 

sexta-feira, 20 de junho de 2025

FPM de junho: ranking dos municípios com maiores repasses no 2º decêndio

 

 


O repasse da segunda parcela de junho do Fundo de Participação dos municípios (FPM) ocorre nesta sexta-feira (20). Ao todo, as prefeituras recebem R$ 4,7 bilhões. Neste decêndio, sem levar em conta as capitais, o município que conta com o maior valor é Arapiraca. A cidade alagoana recebe uma parcela de R$ 2.899 milhões. Em segundo lugar no ranking aparecem cidades baianas como Alagoinhas, Barreiras e Camaçari, todas com um total de R$ 2.815 milhões.

 

FPM: veja lista das 10 cidades que recebem maiores valores:

 

Arapiraca (AL) R$ 2.899.796,10

Alagoinhas (BA) R$ 2.815.879,56

Barreiras (BA) R$ 2.815.879,56

Camaçari (BA) R$ 2.815.879,56

Feira de Santana (BA) R$ 2.815.879,56

Ilhéus (BA) R$ 2.815.879,56

Itabuna (BA) R$ 2.815.879,56

Jequié (BA) R$ 2.815.879,56

Juazeiro (BA) R$ 2.815.879,56

Lauro de Freitas (BA) R$ 2.815.879,56

 

FPM: valor do 2° decêndio de junho sobe 39% 

 

Vale destacar que o montante transferido pela União neste decêndio é cerca de 39% maior do que o repassado no mesmo período de 2024. Na segunda parcela de junho do ano passado, a quantia destinada aos municípios foi de R$ 3,3 bilhões. 

 

“Por enquanto, temos um resultado positivo, apesar das altas taxas de juros aplicadas pelo governo. Também temos uma situação de empregabilidade favorável, o que afeta diretamente a questão do Imposto de Renda, que é o principal componente do FPM”, avalia Cesar Lima, especialista em orçamento público. 

 

O que é FPM?

 

O FPM surgiu em 1966. Desde o início, os recursos do fundo vêm da arrecadação da União com o Imposto de Renda (IR) e com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Inicialmente, os municípios recebiam 10% da arrecadação federal desses tributos, percentual que subiu gradualmente, até chegar aos 22,5%, em 1993. 

 

FPM: 2ª parcela de junho chega a R$ 4,7 bilhões; confira valores por município. Por 14 anos esse foi o percentual da arrecadação federal transferido aos municípios. Em 2007, 2014 e 2021, emendas adicionaram mais recursos, que este ano totalizam 25%.  O repasse dos recursos do IR e do IPI para o FPM ocorre a cada decêndio, ou seja, de dez em dez dias. Do total do fundo, 10% são destinados para as capitais, 86,4% para os municípios do interior; e 3,6% para os municípios da reserva, que são aqueles do interior que possuem população acima de 142.633 habitantes. 

 

Fonte: Brasil 61

Como aumentar seu Score no Serasa e evitar práticas que o reduzem

 


Entenda como o Score funciona e o que fazer para que ele não desça

 

Uma das maiores preocupações de muitos brasileiros, especialmente em períodos de quitação de dívidas ou após o pagamento do Imposto de Renda, é o score de crédito no Serasa. Pensando nisso, esta matéria vai explicar o que é o Serasa Score, como ele funciona, em que situações da vida ele interfere, além de apresentar dicas de como aumentá-lo e evitar atitudes que podem prejudicar sua pontuação.

 

📊 O que é o Score do Serasa?

 

O Serasa Score é uma ferramenta de análise de risco de crédito que avalia a probabilidade de um consumidor pagar suas contas em dia. A pontuação vai de 0 a 1000, sendo que:

 

Pontuações baixas (0 a 300) indicam alto risco de inadimplência.

Pontuações altas (701 a 1000) indicam menor risco e maior chance de obter crédito.

 

A pontuação é vinculada diretamente ao CPF e usada por bancos, financeiras, lojas, operadoras de telefone e até imobiliárias para definir se vale a pena conceder crédito ou não.

 

Como aumentar seu Score no Serasa

 

Pague suas contas em dia

 

A pontualidade no pagamento de faturas, contas de consumo e parcelas é um dos principais fatores de impacto positivo no score.

 

Use o crédito com moderação

 

Evite utilizar todo o limite do cartão de crédito. O ideal é manter o uso abaixo de 30% do limite disponível. Isso mostra controle financeiro.

 

Por outro lado, usar o cartão com frequência e pagar a fatura total em dia também pode gerar aumento de limite e beneficiar sua pontuação.

 

Negocie e quite dívidas atrasadas

 

Dívidas negativadas devem ser renegociadas o quanto antes. Quitá-las mostra ao mercado que você está comprometido com sua saúde financeira.

 

Monitore seu Score com frequência

 

Acompanhar a pontuação em plataformas confiáveis ajuda a entender o que está influenciando seu score e a identificar possíveis erros.

 

Mantenha seus dados atualizados

 

CPF, endereço, telefone e outros dados devem estar sempre corretos. Informações precisas ajudam as empresas a fazerem uma análise mais confiável do seu perfil.

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Brasil se declara país livre da gripe aviária

 


O Brasil voltou a ser um país livre da influenza aviária, após ter cumprido os protocolos internacionais que preveem, entre outras medidas, o prazo de 28 dias sem novos registros em granjas comerciais. O anúncio oficial de cumprimento do período de vazio sanitário foi dado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em comunicado enviado nesta quarta-feira (18) à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).

“Com a notificação, o país se autodeclara livre da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP)”, informou o ministério. O único caso confirmado em estabelecimento comercial ocorreu em uma granja no município gaúcho de Montenegro, no dia 16 de maio. A confirmação da doença foi feita no dia 22 de maio, após a conclusão da desinfecção da granja contaminada. Conforme previsto em protocolo, foi iniciado, ali, o período de vazio sanitário.

De acordo com o ministério, com o encerramento desse prazo sem novas ocorrências, “o Brasil concluiu todas as ações sanitárias exigidas, recuperando novamente o status de livre da doença”. “Não se comemora uma crise, mas é preciso reconhecer a robustez do nosso sistema sanitário, que respondeu com total transparência e eficiência. Seguimos todos os protocolos, contivemos o foco e agora avançamos com responsabilidade para uma retomada gradativa do comércio exterior, mostrando a força do serviço sanitário brasileiro”, declarou, por meio de nota, o ministro Carlos Fávaro.

Com o fim do período de vazio sanitário, teve início a etapa de notificação, pelo ministério, dos países que impuseram restrições temporárias às exportações brasileiras de produtos avícolas. A expectativa é de que as relações comerciais sejam restabelecidas o mais rápido possível. A influenza aviária, comumente conhecida como gripe aviária, afeta principalmente aves, mas também foi detectada em mamíferos, incluindo bovinos.

A transmissão ocorre pelo contato com aves doentes e também por meio da água e de materiais contaminados. A doença raramente afeta humanos, e a orientação é que as pessoas se mantenham informadas e adotem as medidas preventivas recomendadas. Segundo o Ministério da Agricultura, carnes e ovos podem ser consumidos com segurança, desde que preparados adequadamente.

Fonte: Agência Brasil

Crédito consignado CLT é aprovado e inclui motoristas de aplicativo

 


A comissão mista da medida provisória que trata do crédito consignado CLT, para trabalhadores do setor privado, aprovou hoje (18) o relatório do senador Rogério Carvalho (PT-SE) que altera as regras para empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).  A Medida Provisória nº 1292/2025 já está em vigor, mas precisa agora ser aprovada pelos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado antes de 9 de julho, quando perderá validade.

Ao todo, mais de 47 milhões de trabalhadores poderão ser beneficiados com o novo programa – o Crédito do Trabalhador – que abrange empregados celetistas em geral, incluindo motoristas de aplicativo, domésticos, rurais e contratados por microempreendedores individuais (MEIs) formalizados. O relatório aprovado incluiu também a possibilidade de crédito aos motoristas de transporte de passageiros por aplicativo. A concessão dependerá da existência de convênio entre a plataforma a qual o trabalhador está ligado e instituições de crédito. Neste caso, ao contratar empréstimo, o trabalhador oferecerá como garantia os valores recebidos no aplicativo.

“Os motoristas que atuam no transporte remunerado privado individual de passageiros poderão autorizar o desconto nos repasses a que têm direito pelos serviços oferecidos por meio de aplicativos de transporte individual de passageiros para efeitos de concessão de garantias para operações de crédito. Buscamos dar proteção jurídica a essa categoria para que consiga obter crédito mais barato com oferta de garantias dos recebíveis”, destacou Carvalho.

Editada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a medida, anunciada em março, ampliou a modalidade de empréstimos com desconto em folha a todos os trabalhadores com carteira assinada, permitindo que empregados regidos pela CLT contratem empréstimos, usando como garantia até 10% do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) ou 100% da multa rescisória na demissão sem justa causa.

O objetivo do governo é reduzir os juros aplicados no consignado, cujas taxas são inferiores às aplicadas a outras modalidades de crédito. O relatório de Carvalho aponta que, no crédito consignado privado, as taxas médias variam entre 2,5% e 2,94% ao mês, enquanto no consignado para servidores públicos estão em 2,1% mensais, significativamente menor.

Para beneficiários do INSS, o teto máximo estabelecido é ainda mais baixo, atualmente fixado em 1,80% ao mês. Em outra ponta, o empréstimo pessoal não consignado apresenta taxas médias que variam entre 6,50% e 8,77% ao mês, com uma média geral de 8,1%, valores consideravelmente mais elevados.

“A MP busca viabilizar a trabalhadores celetistas um mecanismo já disponível para pensionistas do INSS e servidores públicos federais. Além do aumento de garantias e da redução de burocracia, as regras trazidas pela MP facilitam a portabilidade do crédito, outro aspecto que contribuirá para ampliar o acesso ao crédito no país, dando maior liberdade e poder de escolha aos trabalhadores do setor privado, permitindo que renegociem suas dívidas e optem por ofertas mais adequadas às suas necessidades financeiras”, disse Carvalho.

Entre as alterações incluídas no relatório está a que determina a adoção de mecanismos de segurança pelas instituições de crédito e o governo na contratação de consignados. Com isso, passa a ser obrigatório o uso de mecanismos de verificação biométrica e de identidade do trabalhador para a assinatura de contratos.

Além disso, caberá ao governo federal fomentar iniciativas de educação financeira para os trabalhadores com carteira assinada. O relatório também estabelece que caberá ao Ministério do Trabalho e Emprego verificar se os empregadores estão descontando e repassando corretamente as parcelas de empréstimos consignados de seus empregados. Em caso de desconto indevido ou ausência de pagamento dos empréstimos, o empregador poderá ser penalizado.

O trabalhador que deseja acessar o crédito deverá fazê-lo diretamente no site ou aplicativo dos bancos e na página da Carteira de Trabalho Digital na internet ou no aplicativo de mesmo nome. Ao acessar, o trabalhador pode autorizar o compartilhamento dos dados do eSocial, sistema eletrônico que unifica informações trabalhistas, para pedir a proposta de crédito.

Após a autorização de uso dos dados, o trabalhador recebe as ofertas em até 24 horas, analisa a melhor opção e faz a contratação no canal eletrônico do banco. A partir de 25 de abril, os bancos também poderão operar a linha do consignado privado dentro de suas plataformas digitais. As parcelas do crédito consignado serão descontadas na folha do trabalhador mensalmente, por meio do eSocial, até a margem consignável de 35% do salário bruto, incluído comissões, abonos e demais benefícios. Após a contratação, o trabalhador acompanha mensalmente as atualizações do pagamento.

Além disso, os trabalhadores com outros consignados ativos podem migrar o contrato existente para o novo modelo dentro de um mesmo banco e entre bancos diferentes. O relatório diz que nas operações de portabilidade deverá haver “taxa de juros inferior à taxa de juros da operação originária”. No caso de desligamento, o valor devido será descontado das verbas rescisórias, observado o limite legal de 10% do saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e 100% da multa rescisória.

Se o valor descontado for insuficiente, o pagamento das parcelas é interrompido, sendo retomado quando o trabalhador conseguir outro emprego CLT. Nesse caso, o valor das prestações será corrigido. O trabalhador também poderá procurar o banco para acertar uma nova forma de pagamento. Se o trabalhador trocar de emprego, o desconto em folha passará a ser feito pelo novo empregador. A medida também permite a migração do Crédito Direto ao Consumidor (CDC) para o novo consignado, mas o trabalhador terá de procurar uma das instituições financeiras habilitadas.

Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Projeto de Lei libera R$ 800 milhões para Transnordestina

 


O plano de financiamento da Ferrovia Transnordestina coordenado pela Secretaria Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros (SNFI) conta com o apoio do Congresso Nacional e garante a fluidez das obras em conjunto com a concessionária TLSA. O Plenário da Casa aprovou, nesta terça-feira (17), o Projeto de Lei nº 3 de 2025 (PLN 3/2025), que libera crédito adicional no valor de R$ 816.647.541 para aporte no Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE).

O valor foi arrecadado após o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional realizar o leilão das cotas escriturais do Fundo de Investimento do Nordeste (Finor) na Bolsa de Valores do Brasil (B3), em março. O crédito adicional será destinado à aquisição de participações acionárias. O PL 3/2025, de relatoria do senador Cid Gomes (PSB-CE), estabeleceu que o FDNE, representado pela Sudene, adquire R$ 816.647.541 em ações preferenciais da Transnordestina Logística S/A (TLSA), assegurando “o cumprimento dos contratos e a efetivação dos investimentos já iniciados”.

O FDNE já tem participação relevante para a Transnordestina por meio do termo aditivo de R$ 3,6 bilhões e agora passa a ser, também, acionista dessa que é uma das principais obras do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC). Atualmente, o orçamento da ferrovia é de R$ 15 bilhões, e são calculados R$ 7 bilhões para a entrega completa da obra.

O secretário Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros, Eduardo Tavares, explica que a aquisição das ações preferenciais fortalecerá o patrimônio do FDNE a longo prazo, uma vez que os ativos tendem a se valorizar, assim que for iniciada a operação da ferrovia. “Essas ações podem ser colocadas à venda para capitalizar o fundo, porque o foco dos fundos regionais não é ser acionista de concessionários, é executar financiamentos estruturantes. Então, a ideia é que futuramente, quando essas ações estiverem valendo mais, o fundo poderá se recapitalizar”, afirmou Tavares.

A participação acionária é uma forma eficiente para obter financiamentos de despesas a longo prazo, apoiando o agente privado. O PLN 3/2025 contribui para seguir a regra fiscal, porque garante que o crédito extra não aumente a dívida além do permitido. Isso acontece porque os gastos são apenas financeiros e não entram na conta da meta de economia que o governo precisa atingir no ano.

O secretário de Fundos relembrou que o governo passado chegou a encomendar um estudo para decretar a caducidade da concessão e interromper o investimento na obra. “Isso significaria o quê? Que a União reaveria essa construção parcial da ferrovia. Teria que discutir com o concessionário, eventualmente, a indenização pelos lotes que estão prontos, e retomar a obra com execução pela administração pública com todos os desafios que temos hoje em relação ao teto de gastos”, explicou.

A Transnordestina está sendo preparada para iniciar sua operação em 2025 em uma fase de comissionamento, já com os primeiros transportes de cargas — especialmente soja, farelo de soja, milho e calcário — a partir do Terminal Intermodal de Cargas do Piauí até a região centro sul do Ceará e algumas regiões de Pernambuco. “Cem por cento dos lotes que chegam até o Porto do Pecém estão contratados. São mais de 3.500 trabalhadores atuando na ferrovia, o que representa mais de R$ 120 milhões sendo executados mensalmente em obras”, observou Tavares.

A Transnordestina conectará o Porto do Pecém (CE) ao município de Eliseu Martins (PI) e tem potencial para ampliar o escoamento de minérios estratégicos e commodities agrícolas pela região portuária. Atualmente, cerca de 75% da primeira fase das obras já está concluída, com previsão de finalização até 2027. Com extensão total aproximada de 1.750 km, a ferrovia atravessará três estados do Nordeste (Ceará, Pernambuco e Piauí), fortalecendo de forma significativa a infraestrutura logística regional.