O Novo, um dos poucos
partidos que não havia fechado apoio ao deputado Hugo Motta (Republicanos-PB),
oficializou nesta segunda-feira (27) a candidatura de Marcel van Hattem (RS) à
presidência da Câmara dos Deputados. Com o novo candidato, o favorito Hugo
Motta disputará a cadeira de Arthur Lira (PP-AL) contra van Hattem e o deputado
Pastor Henrique Vieira, do Rio de Janeiro, lançado pela bancada do Psol. A
candidatura de van Hattem tem como objetivo oferecer alternativas ao bloco de
oposição na Câmara. O Novo afirma que não aceita compor com o candidato do
governo Lula e do centrão, e quer evitar que a direção da Casa continue sob o
comando dos mesmos grupos políticos.
“Não estamos confortáveis com o fato de termos apenas duas candidaturas lançadas, uma do Centrão e outra do Psol. A Oposição precisa ter uma opção, pois entendo que não podemos ficar nas mãos dos mesmos grupos que têm dominado a Câmara e o Senado há tantos anos”, disse van Hattem. “Quando alguém tem apoio do PT, eu tenho automaticamente o pé atrás”, completou o deputado gaúcho, ao rejeitar o apoio a Hugo Motta. Essa será a quarta vez que Marcel van Hattem se candidatará a presidente da Câmara. A sua primeira candidatura foi em fevereiro de 2019, logo após tomar posse em seu mandato inicial na Casa. Naquela ocasião, o deputado do Novo disputou contra Rodrigo Maia (DEM-RJ), que se reelegeu no primeiro turno com 334 votos. Van Hattem teve no total 23 votos.
A segunda candidatura
de Marcel van Hattem foi na eleição de 2021, que levou Arthur Lira (PP-AL) à
presidência da Câmara. Lira ganhou em primeiro turno com 302 votos, e o
deputado do Novo obteve 13 votos. Novamente contra Lira, desta vez em 2023,
Marcel van Hattem disputou sua terceira eleição a presidente, e conquistou 19
votos. Lira, entretanto, se reelegeu conquistando a maior votação individual de
um presidente da Câmara: 464 votos.
Nesta quarta vez em que se candidata, Marcel van Hattem, um dos principais nomes da oposição, se compromete com pautas como o impeachment do presidente Lula, a anistia às vítimas do vandalismo do 8 de janeiro de 2023, a defesa das prerrogativas dos parlamentares, a luta contra o que chama de ativismo judicial e o combate ao abuso de autoridade.
“Nosso compromisso é com o Brasil, não com barganhas políticas ou interesses de curto prazo. Queremos devolver o protagonismo ao Parlamento e garantir que as decisões tomadas aqui reflitam os anseios da população”, declarou o deputado gaúcho. Dentro da mesma estratégia de não fechar apoio aos candidatos apoiados pelo governo federal e o centrão, o Novo lançou no Senado a candidatura do senador Eduardo Girão (CE). Na defesa do seu nome para presidente, o senador cearense criticou as negociações, inclusive com a oposição, para apoiar Davi Alcolumbre (União-AP), e defendeu maior independência do Senado em relação aos demais poderes. “O Senado está em estado de inércia e longe dos anseios dos cidadãos brasileiros Precisamos de uma presidência que não seja submissa, mas que represente os interesses legítimos da população”, afirmou Eduardo Girão.
Por Edu Mota, de Brasília
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