Centro auxiliará os
TREs a combater as chamadas “deepfakes”.
O Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) vai inaugurar, nesta terça-feira (12), o Centro Integrado de
Enfrentamento à Desinformação e Defesa da Democracia (Ciedde). O órgão será
responsável pelo “combate à desinformação, discursos de ódio, discriminatórios
e antidemocráticos no âmbito eleitoral”. A cerimônia de lançamento está marcada
para as 16 horas. A unidade será comandada pelo presidente do TSE, ministro
Alexandre de Moraes. As informações são do portal InfoMoney.
De acordo com o
tribunal, a estrutura terá a função de facilitar a comunicação entre entidades
e plataformas de redes sociais, com o objetivo de “aprimorar a implementação de
ações preventivas e corretivas” e assegurar o cumprimento das regras determinadas
pela Justiça Eleitoral para as eleições de outubro deste ano. Ainda segundo o
TSE, o centro auxiliará os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) a combater as
chamadas “deepfakes”, que são manipulações feitas por meio da IA em vídeos,
fotos ou GIFs, que guardam enorme semelhança com a realidade.
Foram convidados a
participar do Ciedde a Procuradoria-Geral da República (PGR), o Ministério da
Justiça e da Segurança Pública, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e a
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O órgão criado pelo TSE também
deve promover cursos, seminários e estudos sobre educação em cidadania,
democracia, Justiça Eleitoral, direitos digitais e combate à desinformação.
Inteligência
artificial nas eleições
No fim de fevereiro, o
TSE aprovou 12 resoluções com normas e diretrizes para a condução do processo
eleitoral deste ano. Uma delas é a Resolução nº 23.732/2024, de autoria da
ministra Cármen Lúcia – que sucederá Alexandre de Moraes e será a presidente do
tribunal durante o processo eleitoral –, que restringiu fortemente o uso de IA
nas campanhas políticas.
O recurso só será
permitido em casos pontuais, desde que o eleitor seja informado de modo
“explícito, destacado e acessível”, e não poderá ser utilizado para difundir
notícias ou imagens manipuladas e inverídicas. Quem descumprir a regra poderá
ter o registro de sua candidatura cassado ou, se eleito, perder o mandato.
O tribunal também
proibiu o chamado “deepfake”, que são manipulações feitas por meio da IA em
vídeos, fotos ou GIFs, que guardam enorme semelhança com a realidade. Na
resolução, o TSE classifica “deepfake” como “conteúdo sintético em formato de
áudio, vídeo ou combinação de ambos, que tenha sido gerado ou manipulado
digitalmente, ainda que mediante autorização, para criar, substituir ou alterar
imagem ou voz de pessoa viva, falecida ou fictícia”. Também está proibido o uso
de “chatbots” (robôs virtuais de bate-papo) e avatares que simulem uma suposta
comunicação entre candidatos e eleitores.
Segundo especialistas
ouvidos pelo InfoMoney, o tribunal acerta ao regulamentar o uso de IA nas
eleições, acabando com um “vácuo legal” que existia até então. Apesar do
esforço da Justiça Eleitoral, a avaliação de quem acompanha o assunto de perto
é que será praticamente impossível blindar o pleito deste ano das notícias
falsas ou do uso do “deepfake” como arma política.
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