domingo, 2 de abril de 2023

Presença feminina em cargos federais cai um ponto em quatro anos

 


Quando há filhos menores, possibilidade de homens chegarem a cargos de média e alta gerência é 3,2 vezes maior.

Entre 2019 e 2023, a participação feminina em cargos no governo federal cai de 46% para 45%. O dado consta no Observatório de Pessoal, um portal de pesquisa de acesso público sobre os dados de pessoal do governo federal lançado pelo Ministério de Gestão e Inovação no Serviço Público.A ferramenta abrange postos de alta e média liderança e dados como idade, estado civil e escolaridade, além do gêneero.

O período de ausência de concursos gerais e continuidade dos concursos em áreas predominantemente masculinas, como militares e segurança pública, foi um dos fatores que fizeram o percentual geral de mulheres no serviço público ficar estagnado”, avaliou a ministra de Gestão, Esther Dweck. “Quando olhamos sobre as mulheres no papel de lideranças, nem na média, nem na alta liderança, é proporcional à quantidade de servidoras na administração pública federal e mais abaixo ainda da média feminina da população brasileira”.

Segundo Esther Dweck, a ideia do observatório e do relatório sobre pessoal, por meio do recorte de gênero, raça e etnia, é consolidar uma política de transparência ativa e disponibilizar os dados de forma simples.

Filhos

Para ampliar a presença de pessoas negras em cargos de liderança, incluindo paridade entre homens e mulheres, decreto assinado pelo presidente Lula reserva até 30% de vagas em cargos de comissão e funções de confiança na estrutura do Poder Executivo, incluindo administração direta, autarquias e fundações.

O relatório do Observatório de Pessoal mostrou que, estatisticamente, a chance de homens com filhos menores de idade exercerem cargos de média e alta gerência é 3,2 vezes maior do que entre mulheres nas mesmas condições.

“Isso reflete a dificuldade das mulheres em aceitar o cargo ou de serem chamadas a assumir cargos de gestão, porque o trabalho de cuidados geralmente fica com a mulher, e ela não consegue, ou não pode, aumentar sua responsabilidade. Mas é importante que a mulher seja chamada e a decisão de assumir, ou não, a liderança seja um fator pessoal, e não de incapacidade técnica”, avaliou.

Fonte: Agência Brasil

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