Uma investigação da Polícia Federal (PF) aponta
que um grupo suspeito de operar a logística aérea para explorar garimpos
ilegais na terra indígena yanomami, a maior do Brasil, movimentou mais de R$
200 milhões em dois anos. A apuração do crime resultou numa nova operação nesta
quinta-feira (19).
O grupo, diz a PF, é integrado pelo empresário Rodrigo Martins de Mello, pré-candidato a deputado federal pelo PL, partido do presidente Jair Bolsonaro. Mello passou a coordenar um movimento de garimpeiros em Roraima que tenta legitimar a atividade criminosa no território yanomami.
Ainda segundo a PF, aeronaves em nome de empresas do grupo são utilizadas para transportar pessoas, combustível e equipamentos a áreas de garimpo na terra yanomami, como forma de concretizar a extração ilegal de minérios.
Segundo a Folha de São Paulo, Mello é dono de empreendimentos que receberam recursos do governo federal, principalmente para o transporte aéreo relacionado à saúde indígena, como o jornal revelou em setembro de 2021. Duas empresas de Mello, a Cataratas Poços Artesianos e a Icaraí Turismo Táxi Aéreo, receberam R$ 39,5 milhões da União desde 2014, sendo a maior fatia –R$ 23,5 milhões à Icaraí– no governo Bolsonaro.
A sede da Cataratas em Boa Vista já foi alvo de ação de apreensão de helicópteros, feita em conjunto por PF, Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Mello é suspeito de comandar operação logística que garante a exploração ilegal de minérios na terra yanomami, principalmente ouro e cassiterita. Em outubro, ele já havia sido alvo da primeira fase da operação Urihi Wapopë, que investiga o garimpo ilegal no território indígena.
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