segunda-feira, 16 de agosto de 2021

“O braço forte e mão amiga acompanhou a evolução social, política e militar do Brasil”, disse Braga Netto em discurso

 


O ministro da Defesa, Braga Netto, fez discurso em uma cerimônia militar em Resende (RJ), ao lado do presidente, algumas horas depois de o chefe do Executivo anunciar, nas redes sociais, que apresentará ao Senado pedido de impeachment dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. O ministro afirmou que as Forças Armadas são “protagonistas dos principais momentos da história do País” e estão “sob autoridade suprema do presidente da República”.

Sem citar o nome do presidente, Braga Netto disse aos cadetes da Academia Militar das Agulhar Negras (Aman) que confiem na cadeia de comando das Forças Armadas – subordinadas a Bolsonaro – e que os “líderes e superiores” representam a palavra oficial da instituição. “Confiem na cadeia de comando e na lealdade de seus líderes e superiores, eles representam a palavra oficial da Força”, afirmou durante a cerimônia de entrega do Espadim 2021 aos cadetes do 1º ano da Aman.

No discurso na Aman, Braga Netto repetiu ainda um trecho da Constituição que diz respeito às Forças Armadas, o Artigo 142, mas com alterações na parte final do texto constitucional. “Reafirmo que Forças Armadas continuarão com fé em suas missões constitucionais, como instituições nacionais e permanentes, com base na hierarquia e disciplina, sob autoridade suprema do Presidente da República, para assegurar a defesa da pátria, da soberania, da independência e harmonia entre poderes, manutenção da democracia e liberdade do povo brasileiro”, afirmou.

A Constituição, no entanto, não diz exatamente o que o ministro afirmou. Braga Netto substituiu a parte final do Artigo 142 por outras palavras. “As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do presidente da República, e destinam-se à defesa da pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”, diz o texto.

Braga Netto disse ainda neste sábado aos cadetes que eles são “herdeiros de história de glória e heroísmo”. “O braço forte e mão amiga acompanhou a evolução social, política e militar do Brasil”, afirmou o ministro. Segundo ele, o País “deposita nos militares confiança em trabalho profissional e patriótico”.

Por conta da pandemia de coronavírus, o Ministério da Defesa informou que a cerimônia, que é realizada todos os anos, contaria novamente com a presença restrita de convidados, autoridades civis e militares. O tradicional Baile de Gala do Espadim também foi cancelado. Aos convidados foi recomendado o uso de máscaras e, para evitar aglomeração, o público foi dividido por setores.

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