domingo, 7 de novembro de 2021

Procurador Deltan Dallagnol sai do MPF e vai entrar para a política

 


O procurador da República Deltan Dallagnol, 41 anos, renunciou de maneira definitiva ao seu cargo no Ministério Público e deve entrar para a política, disputando uma vaga à Câmara dos Deputados em 2022, segundo a colunista Eliane Catanhêde, do Estado de S. Paulo. “Após mais de 18 anos de trabalho em amor ao próximo, estou saindo do Ministério Público e queria contar a você o porquê.

Minha vontade é fazer mais, fazer melhor e fazer diferente diante do desmonte do combate à corrupção que está acontecendo”, escreveu Deltan nas redes sociais, compartilhando um vídeo. Ele afirma que nos últimos anos tem havido retrocesso no combate à corrupção.

“Esse momento difícil nos desafia a fazer tudo que está ao nosso alcance para desfazer os retrocessos e restaurar a justiça”. Ele afirma se orgulhar do Ministério Público, mas diz que os meios de trabalho estão sendo destruídos. “Creio que agora posso fazer mais pela sociedade fora do Ministério Público”.

Ele não confirma a entrada na política diretamente, afirmando que vai falar do futuro em breve. Dallagnol, ex-coordenador da força-tarefa da Lava Jato, segue assim os passos do ex-juiz Sergio Moro, que já foi ministro do governo Bolsonaro e agora voltou ao país de olho em uma candidatura em 2022.

O procurador buscou ser um símbolo do combate à corrupção no país, mas tem recebido várias críticas com relação à postura da força-tarefa ao longo dos anos. Em setembro do ano passado, ele se afastou da coordenação da Lava Jato de Curitiba, após denúncias de excessos, com a divulgação das mensagens que trocou com Moro e outros procuradores, feita pelo The Intercept Brasil. 

A expectativa é que Dallagnol se filie ao mesmo partido escolhido por Moro, o Podemos, que é liderado por Alvaro Dias, senador do Paraná, mesmo estado do procurador. A colunista diz que Dallagnol sempre teve interesse pela política, mas era desencorajado por colegas, que temiam que envolvimento com essa área acabasse prejudicando a operação. Agora, com o esvaziamento da Lava Jato, ele acredita que a política pode ser o melhor caminho.

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