A taxa média de juros das concessões de crédito
livre e direcionado teve leve queda no mês de agosto, mas mantém a tendência de
alta em 12 meses, segundo as Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgadas
nesta quarta-feira (28) pelo Banco Central (BC). A taxa alcançou 28,7% ao ano
em agosto, redução de 0,7 ponto percentual no mês e alta de 7,6% em 12 meses.
A alta dos juros bancários médios ocorre em um momento em que a taxa básica de juros da economia, a Selic, está em seu maior nível desde janeiro de 2017, em 13,75% ao ano. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a Selic foi mantida nesse patamar, após 12 elevações consecutivas, em um ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. A Selic é o principal instrumento usado pelo BC para alcançar a meta de inflação.
No crédito livre para as famílias, a taxa média de juros chegou a 53,9% ao ano, com aumento de 0,5 ponto percentual em relação a julho e de 13,4% em 12 meses. Nas contratações com empresas, a taxa livre caiu 0,6 ponto percentual no mês e cresceu 6,6 pontos percentuais em 12 meses, alcançando 22,8% ao ano.
Para pessoas físicas, o destaque foi o cartão de crédito, com alta de 2,1 pontos percentuais no mês e 25,5 pontos percentuais em 12 meses, alcançando 87,3% ao ano. No crédito rotativo, que é aquele tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão e dura 30 dias, houve aumento de 3,5 pontos percentuais no mês e 62,9 pontos percentuais em 12 meses, para 398,4% ao ano. Após os 30 dias, as instituições financeiras parcelam a dívida. Nesse caso do cartão parcelado, os juros subiram 4,2 pontos percentuais no mês e 22,3 pontos percentuais em 12 meses, para 185,9% ao ano.
Também influenciaram o aumento dos juros para as famílias as taxas do cheque especial, com alta de 1,2 ponto percentual no mês e 3,5 pontos percentuais em 12 meses (128,6% ao ano). Por outro lado, os juros do crédito pessoal não consignado caíram 1,1 ponto percentual no mês de agosto e aumentaram 5,5 pontos percentuais em 12 meses (85,4% ao ano).
Endividamento das famílias
De acordo com o BC, a inadimplência
(considerados atrasos acima de 90 dias) tem se mantido estável há bastante
tempo, com pequenas oscilações, e registrou 2,8% em agosto. Nas operações de
crédito livre para pessoas físicas, está em 5,6% e para pessoas jurídicas em
1,8%. O endividamento das famílias, relação entre o saldo das dívidas e a renda
acumulada em 12 meses, chegou ao recorde de 53,1% em julho, na série histórica
iniciada em janeiro de 2005, refletindo o aumento das concessões de
empréstimos. Houve alta de 0,3% no mês e de 5,1% em 12 meses. Com a exclusão do
financiamento imobiliário, que pega um montante considerável da renda, ficou em
33,6% no mês de julho.
Com informações da Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário