Poupança continua
rendendo menos que fundos de investimento.
A redução da taxa
Selic (juros básicos da economia) para 11,75% ao ano, decidida nesta
quarta-feira (13) pelo Banco Central, barateará pouco o crédito e as
prestações, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração
e Contabilidade (Anefac). Com o impacto na ponta final diluído, por causa da
diferença muito grande entre a taxa básica e os juros efetivos de prazo mais
longo, o tomador de novos empréstimos sentirá pouco os efeitos do afrouxamento
monetário. Segundo a Anefac, o juro médio para as pessoas físicas passará de
122,04% para 121,05% ao ano. Para as pessoas jurídicas, a taxa média sairá de
58,57% para 57,84% ao ano. A Selic passou de 12,25% para 11,75% ao ano.
No financiamento de
uma geladeira de R$ 1,5 mil em 12 prestações, o comprador desembolsará R$ 0,39
a menos por prestação e R$ 4,63 a menos no valor final com a nova taxa Selic. O
cliente que entra no cheque especial em R$ 1 mil por 20 dias pagará R$ 0,27 a menos.
Na utilização de R$ 3 mil do rotativo do cartão de crédito por 30 dias, o
cliente gastará R$ 1,20 a menos. Um empréstimo pessoal de R$ 5 mil por 12 meses
cobrará R$ 1,23 a menos por prestação e R$ 14,81 a menos após o pagamento da
última parcela.
Um empréstimo de R$ 3
mil em 12 meses numa financeira sairá R$ 0,81 mais barato por prestação e R$
9,68 mais barato no total. No financiamento de um automóvel de R$ 40 mil por 60
meses, o comprador pagará R$ 11,17 a menos por parcela e R$ 670,28 a menos no
total da operação. Em relação às pessoas jurídicas, as empresas pagarão R$
62,44 a menos por um empréstimo de capital de giro de R$ 50 mil por 90 dias, R$
24,88 a menos pelo desconto de R$ 20 mil em duplicatas por 90 dias e R$ 2,67 a
menos pela utilização de conta garantida no valor de R$ 10 mil por 20 dias.
Poupança
A Anefac também
produziu uma simulação sobre o impacto da nova taxa Selic sobre os rendimentos
da poupança. Com a taxa de 11,75% ao ano, a caderneta só rende mais que os
fundos de investimento quando o prazo da aplicação é curto e a taxa de
administração cobrada pelos fundos é alta. Segundo as simulações, a poupança
rende mais que os fundos em apenas três cenários: quando o correntista aplica
em fundos com taxa de administração de 3% ao ano, aplicação de até dois anos em
fundos com taxa de 2,5% ao ano e aplicação de até um ano em fundos com taxa de
2% ao ano.
Na comparação com
fundos com taxa de administração de 2,5% ao ano, a poupança rende o mesmo
quando o dinheiro ficar aplicado por mais de dois anos. A vantagem dos fundos
ocorre mesmo com a cobrança de Imposto de Renda e de taxa de administração.
Isso porque a poupança, apesar de ser isenta de tributos, rende apenas 6,17% ao
ano (0,5% ao mês) mais a Taxa Referencial (TR), que aumenta quando a Selic
sobe. Esse rendimento da poupança é aplicado quando a Selic está acima de 8,5%
ao ano, o que ocorre desde dezembro de 2021.
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