quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Câmara dos EUA rejeita cassação de deputado republicano filho de brasileiros

 


Na semana passada, em uma audiência diante do tribunal federal em que seu processo corre, ele se declarou inocente.

A cassação do mandato de George Santos, deputado republicano filho de brasileiros, foi rejeitada pela Câmara dos Deputados dos EUA, nesta quarta (1). O placar foi de 213 votos contrários e 179 favoráveis à perda de mandato. As acusações criminais contra Santos vão de fraude e lavagem de dinheiro a conspiração para cometer crimes contra os EUA e roubo de identidade. Na semana passada, em uma audiência diante do tribunal federal em que seu processo corre, ele se declarou inocente.

O pedido foi apresentado pelos colegas de bancada de Santos de Nova York, citando as 23 acusações criminais apresentadas contra o político e as inconsistências em sua biografia. Prevaleceu, porém, a posição de que a Câmara deve esperar o avanço das investigações do Comitê de Ética e seu julgamento pela Justiça antes de analisar uma expulsão.

No cálculo político, pesou também a vantagem apertada de republicanos na Casa, de apenas nove votos que cairia para oito com a cassação de Santos e o risco de perder o distrito representado por ele para um adversário democrata. A última vez que um deputado foi expulso ocorreu em 2002, quando o democrata James A. Traficant perdeu seu mandato. Em toda a história, apenas cinco deputados sofreram essa punição. Para expulsar um membro, dois terços dos deputados presentes e votantes devem apoiar a medida.

O presidente da Câmara, Mark Johnson, estava entre os que se opuseram à ação, defendendo que uma análise deve ser feita apenas após uma sentença. O julgamento de Santos está marcado para setembro do ano que vem. Ao se defender, Santos argumentou que os colegas deveriam esperar o término de seu processo na Justiça, e que lutaria “com unhas e dentes” para limpar seu nome “diante do mundo”. Já o republicano Anthony D’Esposito, um dos autores do pedido, afirmou que “o sr. Santos é uma mancha nessa instituição e não é apto para representar sua base na Câmara dos Deputados”.

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