O governo Lula negocia
com investidores chineses a retomada da antiga fábrica da Ford em Camaçari, na
Bahia. A multinacional americana anunciou o encerramento de suas atividades
produtivas no Brasil, que também incluíam bases nos municípios de Taubaté (SP)
e Horizonte (CE), em janeiro de 2021.
Pelas conversas em curso, os chineses usarão a fábrica de Camaçari pra produzir carros elétricos. Se as negociações derem certo, o presidente marcará um gol de placa no quarto maior colégio eleitoral do país, que lhe deu ampla vantagem sobre Jair Bolsonaro na eleição de 2022. Camaçari é a quarta cidade mais populosa da Bahia e um importante polo industrial no Nordeste.
A saída da Ford teve impacto brutal sobre a arrecadação tributária, a circulação de dinheiro e a atividade econômica do município. Entre janeiro a outubro de 2021, a produção de veículos automotores, reboques e carrocerias despencou 94,6% na Bahia.
Já de janeiro a novembro do mesmo ano, o mesmo setor fechou 4,8 mil empregos formais na Bahia, dos quais 4,6 mil foram em Camaçari. Os dados são, respectivamente, do IBGE e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do governo federal.
Uma reportagem da nova edição de Veja detalha como Lula se equilibrará entre os interesses antagônicos de Estados Unidos, que visitou recentemente, e da China, que visitará em março. No Palácio do Planalto, a missão oficial ao gigante asiático, principal parceiro comercial do Brasil, é tratada como estratégica.
Há expectativa de acordos importantes nas áreas de agronegócio, infraestrutura e tecnologia. “O Lula não está preocupado com a repercussão nos Estados Unidos dessa missão à China. Ele é pragmático e fala com todo mundo”, diz um ministro.
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