Charles 3º, 73, foi proclamado o novo rei do
Reino Unido na manhã deste sábado (10), em cerimônia no palácio de Saint James,
em Londres. A proclamação foi lida pouco depois das 10h no horário local (6h em
Brasília). Pela primeira vez, o evento foi transmitido pela televisão.
Charles assumiu o trono automaticamente após a
morte da mãe, Elizabeth 2º, na quinta-feira (8). A cerimônia deste sábado,
contudo, proclamou o novo cargo de Charles e faz parte de uma série de eventos
que antecedem o funeral da rainha –ainda sem data para acontecer.
Na primeira parte da cerimônia, da qual o rei
não participou, o lorde presidente do grupo chamado Conselho de Adesão anunciou
a morte da rainha Elizabeth 2ª e proclamou o novo monarca. O conselho é formado
por deputados, o prefeito de Londres, funcionários públicos, altos comissários
dos países do Commonwealth, a primeira-ministra, Liz Truss, e uma série de
lideranças religiosas.
Estavam presentes ainda os ex-ministros do
Reino Unido Boris Johnson, Theresa May, David Cameron e Tony Blair.
Em outra etapa da cerimônia, o rei Charles 3º
fez seu juramento no qual se comprometeu a “defender o governo constitucional e
buscar a paz, a harmonia e a prosperidade dos povos dos reinos e territórios da
comunidade britânica em todo o mundo”. “Estou ciente desta herança e dos
deveres e responsabilidades de soberania que são passados a mim”, disse Charles
3º durante discurso.
Assim como no primeiro pronunciamento à nação
como rei, nesta sexta (9), o monarca buscou honrar o legado da mãe, a rainha
Elizabeth 2º. “O reinado [de Elizabeth 2ª] foi inigualável em sua duração,
dedicação e devoção. […] Eu sei o quão profundamente vocês e toda a nação, e
acho que posso dizer que o mundo inteiro, se solidariza comigo pela perda
irreparável que todos sofremos”.
Durante a cerimônia, foi anunciado que o dia do
funeral da rainha Elizabeth 2ª será feriado em todo o Reino Unido, mas a data
ainda não foi definida. Também não há, por ora, data para a coroação de Charles
3º –o evento pode acontecer daqui a mais de um ano.
Monarca mais velho a assumir o trono britânico
na história e o que passou mais tempo como príncipe herdeiro, Charles deve
fazer de seu reinado um período de transição entre o da mãe, venerada pela
dedicação ao serviço público, e o do filho William, 40, visto como a
modernização da realeza.
Enquanto Elizabeth assumiu o trono quanto o
Reino Unido ainda era uma potência, Charles herda um país que vive uma crise de
identidade e se tornou um ator secundário na geopolítica global. Além de ter
optado por uma guinada isolacionista com o brexit, o divórcio com a União
Europeia, tem sua própria existência sob risco.
Estão no horizonte um novo referendo sobre a
independência da Escócia, pressões crescentes para a integração da Irlanda do
Norte à República da Irlanda e até um ressurgente nacionalismo em Gales –algo
particularmente doloroso para um homem que ficou tão associado à região.
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