A ministra
Maria Claudia avalia que a interceptação traz fatos que não foram “gravemente
descontextualizados, manipulados ou editados”
Um pedido do ex-presidente Lula para obrigar o
presidente Jair Bolsonaro a deletar do Twitter postagens em que o petista e seu
partido são associados a organização criminosa Primeiro Comando da Capital
(PCC) foi negado, neste sábado (20). A decisão é da ministra do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), Maria Claudia Bucchianeri. A medida segue o mesmo
entendimento do Ministério Público Eleitoral.
O pedido tinha como base uma postagem em que
Bolsonaro usa um vídeo de uma reportagem de TV que traz o áudio de uma
interceptação telefônica da Polícia Federal na Operação Cravada. Nela, um líder
da facção diz que o PT tinha com eles um “diálogo cabuloso”. Ao justificar a
decisão, Bucchianeri ressalta que o conteúdo do áudio apresentado na reportagem
não foi analisado:
“Sem exercer qualquer juízo de valor sobre o
conteúdo da conversa interceptada, se verdadeira ou não, o fato é o de que a
interceptação telefônica trazida na matéria jornalística compartilhada e
comentada pelo representado é real, ocorreu no contexto de determinada operação
coordenada pela Polícia Federal, de sorte que a gravação respectiva é
autêntica, o que não implica, volto a dizer, qualquer análise de mérito sobre a
procedência, ou não, daquilo o quanto dito pelas pessoas cujas conversas
estavam sendo monitoradas”.
A ministra avalia que a interceptação traz
fatos que não foram “gravemente descontextualizados, manipulados ou editados”
portanto, não configuram propaganda antecipada negativa e desinformativa. Maria
Claudia Bucchianeri também negou o pedido do Partido dos Trabalhadores para que
Bolsonaro fosse multado e proibido de fazer postagens com teor semelhante. A
campanha do ex-presidente da República deve recorrer da decisão ao plenário da
Corte Eleitoral.
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