O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou a
inclusão de nove militares no grupo de técnicos das Forças Armadas que
inspeciona o código-fonte da urna eletrônica. O prazo para os trabalhos, que
terminaria na última sexta-feira (12), foi prorrogado para o dia 19 deste mês.
De acordo com a Agência Brasil, o ato que foi
assinado na última terça-feira (16), juntamente com o ofício de autorização foi
um dos últimos atos do ministro Edson Fachin como presidente do TSE. Em
cerimônia na noite de ontem, ele transmitiu o cargo ao ministro Alexandre de
Moraes.
Na autorização, Fachin expressou o reconhecimento
do TSE à contribuição das Forças Armadas no âmbito da Comissão da Transparência
Eleitoral (CTE), “sobretudo pelo valioso suporte operacional e logístico
prestado por elas em todas as últimas eleições”.
A inclusão dos nove militares havia sido
solicitada pelo ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira, na semana passada.
De acordo com o ministro, os indicados são técnicos com conhecimento nas
linguagens de programação C++ e Java, necessários para a inspeção aos
códigos-fonte.
A indicação dos novos integrantes temporários
pela Defesa ocorreu dois dias após o TSE ter excluído o coronel Ricardo
Sant’Anna da equipe de inspeção das Forças Armadas. A medida foi tomada porque
mensagens publicadas pelo militar nas redes sociais “foram rotuladas como
falsas e se prestaram a fazer militância contra as mesmas urnas eletrônicas”
que pretendia fiscalizar, disse Fachin, em ofício.
Ao pedir a inclusão dos nove militares, Paulo
Sergio Nogueira renovou “a permanente interlocução” do Ministério da Defesa com
o TSE, “tendo como maior propósito contribuir para fortalecer o processo
eleitoral brasileiro”.
Códigos-fonte são as linhas de comando que
compõem os programas de computador, que, por sua vez, são empregados no
funcionamento de algum equipamento eletrônico. No caso da Justiça Eleitoral, a
integridade dos códigos do sistema de votação é fundamental para impedir
fraudes.
A inspeção aos códigos-fonte do sistema
eletrônico de votação é uma das etapas obrigatórias do processo eleitoral e
pode ser feita por dezenas de instituições autorizadas. A lista inclui
partidos, Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal (PF),
universidades, Tribunal de Contas da União (TCU), Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB) e Forças Armadas, entre outras.
Em eleições anteriores, a abertura dos códigos
para inspeção ocorreu sempre seis meses antes do pleito. No atual processo
eleitoral, porém, o TSE decidiu abrir o acesso aos códigos em outubro de 2021,
um ano antes da votação. Na época, o então presidente da corte eleitoral,
ministro Luís Roberto Barroso, disse que a medida foi tomada para aumentar a
transparência.
Entretanto, a inspeção dos códigos-fonte pelas
Forças Armadas começou somente neste mês, dois dias após o Ministério da Defesa
ter pedido acesso “urgentíssimo” aos dados. Em resposta, o TSE informou que tal
acesso encontrava-se aberto desde outubro, bastando que, para isso, fosse feito
o cadastramento da equipe para realizar a inspeção na sede do tribunal.
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