Crescimento da produção neste ano deve levar o
Brasil aos postos de quarto maior produtor e segundo maior exportador. A
produção de algodão do Brasil deve fechar 2022 entre 13% e 19%, maior do que a
anterior e rumar ao ritmo antes da pandemia. As informações são do Estadão. A crise
de saúde, responsável por derrubar a demanda da indústria têxtil global, parou
com o crescimento da produção nacional, que havia dobrado em apenas cinco anos.
O crescimento da produção neste ano deve levar
o Brasil ao quarto maior produtor e segundo maior exportador. Sobre a safra
plantada em 2019 foram produzidas 3 milhões de toneladas. Em 2017, 1,5 milhão.
Para 2022, a produção é estimada entre 2,6 e 2,8 milhões de toneladas. Um fator
determinante para o avanço é a qualidade do algodão brasileiro que atrai o
mercado estrangeiro. O principal comprador é a Ásia, onde se consolidaram as
maiores indústrias de roupas. Cerca de 84% da produção nacional leva o selo de “algodão
sustentável”, só conferido aos que têm uma espécie de “ESG rural”.
Mesmo com o aumento na produção dentro do
esperado para este ano, a produtividade não foi a melhor. Mais de 90% das
fazendas utilizam uma técnica que depende da água da chuva, que não veio nos
períodos propícios e nas quantidades esperadas. A média de quilos de algodão
por hectare para 2022 é mais baixa do que a do ano passado, quando a área plantada
foi menor do que a atual. Para o ano que vem, o plano da Associação Brasileira
de Produtores de Algodão (Abrapa) é chegar a 1,7 milhão de hectares,
ultrapassando a área da safra recorde de 2019.
Entre os principais motivos para o crescimento
da produção de algodão nos últimos anos, é mais lucrativo do que a soja, o
lucro obtido em um hectare de algodão equivale ao de quatro hectares de soja. Outro
motivo é a demanda, com a redução do home office e a retomada das atividades
sociais e profissionais pelo mundo, a indústria têxtil vai recuperar o fôlego e
continuar em alta. O algodão precisa de uma quantidade elevada de defensivos
agrícolas, o que deixa a terra mais preparada para receber a cultura seguinte.
Além disso, cerca de 65% do algodão no Brasil é
plantado como segunda safra, entre os cultivos de soja e milho. É por isso que
as maiores colheitas ocorrem em regiões de predomínio dessas culturas, como
Mato Grosso, Goiás e Bahia. Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do
Brasil (CNA), os custos na Bahia se aproximam dos R$ 18 mil por hectare, contra
R$ 15 mil ante o segundo semestre do ano passado. Só o gasto médio com
fertilizantes que avançou de R$ 3 mil para R$ 5,4 mil.
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