O presidente Jair
Bolsonaro (PL) voltou a questionar o sistema eleitoral brasileiro na tarde da
última segunda-feira, 16. Durante a cerimônia de abertura da 36ª edição da APAS
Show, em São Paulo, evento do setor alimentício, o chefe do Executivo disse que
as eleições de 2022 podem ser “conturbadas”. “Tudo pode acontecer. Podemos ter
outra crise, podemos ter umas eleições conturbadas. Imagine acabarmos as
eleições e pairar, para um lado ou para o outro, a suspeição que elas não foram
limpas”, comentou. Em discurso de aproximadamente uma hora de improviso,
Bolsonaro se exaltou e usou palavrões em alguns momentos. Ele fez críticas ao
Supremo Tribunal Federal (STF) e à provável aprovação do Marco Temporal.
O presidente disse ainda se sentir um prisioneiro sem tornozeleira eletrônica no comando do país. “O que sobra para mim se o Supremo aprovar isso aí? Eu tenho que entregar a chave da Presidência no Supremo Tribunal Federal ou falar ‘não vou cumprir’ (…) Porque mais da metade do meu tempo eu me viro contra processos. Até já falam que vou ser preso. Por Deus que está no céu, eu nunca serei preso. Não estou dando recado para ninguém”, disse Bolsonaro.
O presidente também reconheceu o impacto da inflação na disputa pelo Palácio do Planalto. Sem citar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas fazendo referência ao adversário no pleito deste ano, Bolsonaro disse que o eleitor faz comparações entre passado e presente na hora de escolher um candidato. “Uma parte da população não tem como ver a diferença. Ele olha na ponta da linha como está o preço na gôndola do supermercado e vota de acordo com o que está vendo lá, achando que vai voltar o diesel para R$ 3, a lata de óleo a R$ 5. Vai voltar? O mundo todo está sofrendo com isso. O pós-pandemia, fique em casa que a economia a gente vê depois, eu fui o único chefe de Estado contra isso”, afirmou.
Antes da cerimônia, o presidente participou de um almoço com cerca de 600 empresários e outras autoridades, na abertura do evento. Também participaram do encontro pessoas como o ministro da Economia, Paulo Guedes, o ex-ministro Marcos Pontes, e o também ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), que agora concorre ao comando do governo do Estado de São Paulo, além do prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB).
Nenhum comentário:
Postar um comentário