quinta-feira, 7 de abril de 2022

Uso de cinto de segurança no banco de trás reduz em até 43% risco de morte

 


Profissionais integrantes da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego) e de órgãos de trânsito costumam usar estatísticas, muitas assustadoras, quando tentam convencer alguém a adquirir o hábito de afivelar o cinto de segurança ao se sentar no banco traseiro de um veículo, assim como as pessoas fazem normalmente nos da frente.

Agora, eles também têm usado o caso do acidente com o ex-BBB Rodrigo Mussi, 36, internado em estado grave no Hospital das Clínicas, em São Paulo, após ser arremessado quando o carro de aplicativo em que estava bateu violentamente na traseira de um caminhão, na madrugada do último dia 31, na marginal Pinheiros.

À polícia, o motorista disse que a vítima não estava com cinto de segurança. “O uso do cinto de segurança poderia ter diminuído muito as consequências deste sinistro”, afirma Flávio Emir Adura, médico do tráfego e diretor científico da Abramet. De acordo com sua assessoria, Mussi sofreu traumatismo craniano, além de outras fraturas pelo corpo.?

Segundo a NHTSA (National Highway Traffic Safety Administration), responsável por dados relativos à segurança de trânsito nos Estados Unidos, o uso de cinto de segurança no banco traseiro pode ter 43% de eficácia na redução de mortes em casos de colisões ou outros sinistros. O médico, que se dedica ao assunto desde a década de 1980, usa outras estatísticas para reforçar a relevância do cinto de segurança. Segundo Adura, com base nos dados estatísticos da instituição norte-americana, a utilização do dispositivo evita quase 100% dos ferimentos no quadril. E em 60% as lesões na coluna cervical, além de em 50% os traumatismos cranianos.

Ainda de acordo com a associação, que faz campanhas para alertar sobre a importância do uso do cinto de segurança por todos os ocupantes de um veículo, o risco é ainda maior quando uma pessoa é ejetada para fora do veículo após uma colisão, como ocorreu com Rodrigo Mussi. “A sobrevivência é pequena nesses casos”, diz Adura, que costuma se agarrar à física para sustentar seus raciocínios.

EM UMA COLISÃO A 80 KM/H

Sequência pode ser fatal:

A velocidade cai para 0 km/h imediatamente; Com o impacto, o passageiro do banco de trás sem cinto de segurança, que mantém a velocidade, pode ser ejetado para fora do veículo ou lançado para a parte da frente do interior do carro;

Ele corre o risco se chocar contra o teto e depois contra o vidro dianteiro, e ainda atingir outros ocupantes do veículo, o que pode ser fatal para o motorista, por exemplo; Ao ter o corpo projetado em velocidade, a estrutura óssea pode esmagar vísceras, provocando hemorragia interna. “O cinto de segurança é fantástico”, diz o médico especialista em tráfego. “Até hoje não inventaram nada mais eficaz para reduzir as consequências de um sinistro de trânsito. Até carro autônomo, que anda sozinho, tem cinto de segurança.”

Ele corre o risco se chocar contra o teto e depois contra o vidro dianteiro, e ainda atingir outros ocupantes do veículo, o que pode ser fatal para o motorista, por exemplo; Ao ter o corpo projetado em velocidade, a estrutura óssea pode esmagar vísceras, provocando hemorragia interna. “O cinto de segurança é fantástico”, diz o médico especialista em tráfego. “Até hoje não inventaram nada mais eficaz para reduzir as consequências de um sinistro de trânsito. Até carro autônomo, que anda sozinho, tem cinto de segurança.”

O representante do órgão governamental defende a realização de campanhas, como as promovidas pelo Detran em escolas, para reverter o cenário. “Os resultados são na hora, quando a criança leva a mensagem para os pais, e para o futuro, pois ela usará o cinto a vida toda.” A Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), também em estudo de 2019, apontou a eficácia dessas campanhas. Segundo o órgão, ações educativas elevaram de 46% para 73% a adesão ao cinco de segurança no banco traseiro em rodovias paulistas.

A multa pelo não uso do cinto de segurança, em qualquer lugar do veículo, custa R$ 195,23. Em todo o estado de São Paulo, o Detran afirma ter aplicado no ano passado 12.286 multas para casos de passageiros sem cinto de segurança (em qualquer parte do veículo), o que representa cerca de 10% das 126.078 infrações do tipo —ou seja, em 90% das situações, o infrator era o motorista. O total de multas aplicadas por agentes em blitze do Detran em passageiros sem cinto de segurança no ano passado é maior que as 7.607 de 2019, antes da pandemia do novo coronavírus.

Já no caso das infrações anotadas pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) na cidade de São Paulo, elas estão em queda. Segundo a empresa ligada à gestão Ricardo Nunes (MDB), em 2019 foram 14.064 casos de passageiros flagrados sem cinto, contra 5.259 do ano passado. Apesar de a infração de trânsito ter sido cometida por pessoas que não estão na condução do veículo, é na CNH (Carteira Nacional de Habilitação) do motorista que vão os cinco pontos da multa por falta de cinto, considerada grave. Por isso, o gerente de Educação de Trânsito do Detran defende que motoristas de táxi e de carros de aplicativo devem ser rígidos e forçar que todos no interior do carro usem o cinto.

Por causa da repercussão do acidente envolvendo o ex-participante do Big Brother Brasil, no último domingo (3) a empresa 99 anunciou que vai punir os passageiros que se recusarem a usar o cinto de segurança nas viagens realizadas por seus motoristas credenciados. A partir de agora, o motorista pode cancelar a viagem caso o passageiro se recuse a colocar a proteção, diz a empresa.

CINTO DE SEGURANÇA

43% de eficácia para se evitar mortes em sinistros de trânsito;

R$ 195,23 é o valor da multa, considerada infração grave, para quem não usa cinto de segurança, tanto nos bancos dianteiros quanto no traseiro de um veículo; 5 pontos são adicionados à CNH (Carteira Nacional de Habilitação) do motorista do veículo flagrado com ocupantes sem cinto de segurança; 54,6% das pessoas de 18 anos ou mais dizem sempre usar cinto de segurança no banco de trás;

55,2% no caso dos homens;

54,1% no caso de mulheres;

Fontes: Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), NHTSA (National Highway Traffic Safety Administration), Detran-SP e IBGE (Pesquisa Nacional de Saúde de 2019).

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