Não é de hoje que a OMS (Organização Mundial de
Saúde) chama atenção para o aumento de diabéticos no mundo. Nos últimos 40
anos, a doença quadriplicou e a pandemia do coronavírus deixou os números ainda
mais assustadores. No último dia 5, a IDF (Federação Internacional de Diabetes
– sigla em inglês) divulgou o Atlas Diabetes 2021 e só nesse ano, a doença foi
responsável por 6,7 milhões de mortes em todo o mundo.
Sem contar as mortes decorrentes de complicações de outras enfermidades que tiveram efeito agravado pelo diabetes, como a própria Covid-19. Um a cada 10 adultos entre 20 a 79 anos desenvolveram diabetes tipo 2 entre 2019 (data do último relatório) e 2021. Há dois anos, o mundo tinha 463 milhões de diabéticos, agora são 537 milhões. O mês de novembro é marcado pela prevenção da doença e este domingo (14) é o Dia Mundial do Diabetes.
Condições vividas nos último dois anos, incluindo a pandemia, favoreceram o crescimento
A endocrinologista Denise Reis Franco, especialista nos cuidados com o diabetes, explica que as condições vividas nos último dois anos favoreceram o crescimento. “O diabetes tipo 2 está associado ao ganho de peso e ao sedentarismo. As pessoas foram confinadas em casa e diminuíram as atividades físicas. Perderam o ir e vir ao trabalho, ninguém mais foi à academia, ao parque, praças”, afirma Denise.
E acrescenta: “As crianças também ficaram em casa e o tempo de preparar comidas diminuiu e aumentou o consumo de alimentos processados, com teor maior de gordura, com mais açúcar, carboidratos. Ou seja, teve o aumento do consumo de calorias com um gasto calórico menor.”
Além da diabetes tipo 2, que é marcada pelo aumento do açúcar no sangue, existem outras duas formas entre as mais comuns: a do tipo 1, que é autoimune, não é possível prevenir e a pessoa tem de usar insulina a vida toda; e a gestacional, que acontece quando as mulheres estão grávidas.
Metade das pessoas doentes não sabem que são diabéticas
Mesmo sendo uma enfermidade grave, ela é silenciosa e, de acordo com a OMS, metade dos diabéticos não sabem que estão doentes e descobrem quando as consequências são graves. “O fato da doença ser silenciosa é a maior dificuldade que temos como profissionais de saúde. Os indivíduos procuram ajuda médica apenas quando estão com algum problema como dor ou desconforto, mas o hábito de ir ao médico para prevenção, antes de ter qualquer sintoma, ainda não é um hábito da nossa cultura”, lamenta Augusto Santomauro, endocrinologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Sintomas que merecem atenção
Além de procurar um médico para fazer o acompanhamento de rotina, é importante que sejam observados alguns sintomas mais comuns da enfermidade do tipo 2, como aumento da sede, da vontade de urinar e da fome; sensação de fraqueza; no caso das mulheres, coceira e corrimento vaginal; e perda de peso, mesmo comendo bem. “Muitas vezes a pessoa doente, mesmo que tenha obesidade, acaba comendo muito e perdendo peso ou não ganha, porque descompensação do diabetes pode levar ao emagrecimento”, diz Denise.
R7
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